Leucócitos na urina: médicos explicam tudo que você precisa saber

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Leucócitos na urina: o que significa? O que fazer? Médicos explicam

Quando aparecem leucócitos na urina, também conhecido como piúria, liga-se o sinal de alerta.

Afinal, os leucócitos em grande quantidade no exame de urina indicam que algo não vai bem.

Altos níveis de leucócitos na urina costumam surgir quando a pessoa tem uma infecção.

Como os leucócitos são células no nosso sistema imunológico, quando sua quantidade aumenta na urina, significa que o corpo está tentando combater uma infecção em algum lugar do trato urinário.

O que aumenta os leucócitos na urina?

De acordo com Dr. Graham Rogers [1], especialista em medicina interna hospitalar no Laurelwood Transitional Care Hospital, na maioria dos casos, leucócitos na urina em grande quantidade significa que a bexiga ou a uretra podem estar enfrentando uma infecção.

De qualquer maneira, infecções ou obstrução no trato urinário ou na bexiga podem causar o aumento da quantidade de leucócitos na urina.

Da mesma forma, os leucócitos também podem sugerir uma infecção nos rins.

Corremos o risco de desenvolver uma infecção bacteriana na bexiga, e consequentemente um aumento de leucócitos na urina, quando seguramos a urina por muito tempo.

Isso porque, quando a urina permanece na bexiga, aumenta as chances de que as bactérias na urina se multipliquem levando a uma infecção da bexiga ou cistite.

Os leucócitos, decerto, aumentam na urina em caso de pedra nos rins, obstrução no trato urinário, bem como em caso de tumores na pélvis.

Causas de leucócitos na urina

Como já dito, as infecções urinárias, na bexiga, rins e uretra, são as causas mais comuns de piúria.

Contudo, há uma série de outros problemas que precisam ser investigados pelo médico. Podemos citar, então:

  • piúria estéril, onde os sintomas de infecção urinária podem estar presentes, mas não há bactérias na urina
  • doenças sexualmente transmissíveis como clamídia, gonorreia , herpes genital , infecção pelo papilomavírus humano , sífilis, tricomoníase , micoplasma e HIV
  • infecções virais, como adenovírus, poliomavírus BK e citomegalovírus
  • cistite intersticial
  • síndrome da bexiga dolorosa
  • infecções pélvicas e intra-abdominais
  • pneumonia
  • sepse
  • corpos estranhos no trato urinário
  • fístulas urinárias
  • doença renal policística
  • pedras nos rins
  • infecções por fungos
  • por fim, doenças auto-imunes

Medicamentos que podem causar piúria

O uso a longo prazo de alguns medicamentos também pode aumentar os leucócitos na urina.

Assim, se você faz uso por muito tempo dos medicamentos abaixo e está com os sintomas de infecção urinária, fale com seu médico.

  • antibióticos com penicilina
  • aspirina
  • diuréticos
  • olsalazina
  • nitrofurantoína
  • anti-inflamatórios não-esteroides, como o ibuprofeno (Advil, Motrin)
  • por fim, inibidores de bomba de prótons

Sintomas de leucócitos na urina

Leucócitos na urina não necessariamente causam sintomas por conta própria.

Mesmo com essa condição, os sintomas só surgirão se a infecção estiver bem desenvolvida. Os sintomas de infecção urinária são:

  • vontade frequente de urinar
  • ardor ao urinar
  • urina turva ou rosada indicando sangue na urina
  • urina com cheiro forte
  • por fim, dor abdominal, sobretudo em mulheres

As obstruções no trato urinário podem causar uma série de sintomas, dependendo da localização e do tipo de obstrução.

Na maioria dos casos, o sintoma principal é a dor do lado esquerdo da barriga ou direito.

Os cálculos renais podem causar sintomas semelhantes aos de infecção urinária, mas também podem incluir náuseas , vômitos e intensa dor na barriga.

Como tratar leucócitos na urina

A presença de leucócitos na urina é somente um sintoma.

A partir disso, o médico optará pelo tratamento levando em conta a causa, que será determinada com outros testes, como exame de sangue, bem como, exames clínicos.

Tipicamente, o tratamento é com antibióticos tomados por via oral por até duas semanas, conforme opção médica.

Se o aumento de leucócitos na urina for causado por fungos, decerto, o tratamento será com antifúngicos.

Por outro lado, as piúrias causadas por uso contínuo de medicamentos pode-se resolver trocando ou interrompendo o seu uso.

Neste caso, o médico pode oferecer outra marca ou tipo em seu lugar.

Leucócitos altos na urina na gravidez

Um exame de urina de uma gestante pode também apresentar piúria.

Segundo a Dra. Judith Marcin [2], médica de família do Medical Center de Chicago, essa condição durante a gravidez deve ser prontamente tratada por um especialista. Embora a piúria na gravidez seja alarmante, ela é considerada comum.

Normalmente acontece devido ao excesso de corrimento vaginal comum na gestação.

Embora o corrimento vaginal possa contaminar os resultados do exame de urina, é importante certificar-se de que a gestante não tem uma infecção urinária ou outro tipo de infecção.

Se diagnosticada, o tratamento deve ser feito o quanto antes. Isso porque, evitá-lo pode colocar a gestante e o bebê em risco de mais complicações de saúde.

Infecções no trato urinário não tratadas durante a gravidez, certamente podem levar a partos prematuros ou nascimento com baixo peso.

Assim, sempre que surgirem sintomas de infecção urinária, é muito indispensável que a gestante vá ao seu  obstetra ou o ginecologista para fazer um exame de urina e iniciar o tratamento caso seja necessário.

Na gestante, a infecção urinária pode ser facilmente tratada com antibióticos, como a Cefalexina.

Leucócitos altos na urina do bebê

Assim como no adulto, quando o exame de urina do bebê acusa presença de leucócitos, indica que há uma infecção em alguma parte do sistema urinário.

No caso dos bebês, que ainda usam fraldas, e não controlam as idas ao banheiro, há uma susceptibilidade a infecções no trato urinário.

Por isso, a atenção deve ser redobrada, pois as bactérias do cocô podem, facilmente, migrar para a uretra causando infecção.

É preciso ficar de ficar de olho, na temperatura do corpo e em situações como perda de apetite e vômitos.  Nos maiorzinhos, a dica é observar as idas ao banheiro.

Ao mesmo tempo, observar se a criança fizer xixi “pingadinho” (aos pouquinhos), deixar escapar ou se você notar que o cheiro ou a coloração da urina estão estranhos.

Se você já tem um diagnóstico de infecção de urina, ou seja, se o exame mostrou leucócitos altos no xixi, preste atenção nas seguintes dicas.

  1. Bumbum limpinho. Ao trocar as fraldas, limpe da região genital para o ânus, nunca o contrário. Certifique que não deixou resíduos.
  2. Olho no banheiro. Preste muita atenção à cor e a quantidade de xixi. Crianças devem urinar pelo menos a cada três horas e evacuar pelo menos uma vez no dia.
  3. Febre. Se a temperatura subir e não houver outro sintoma aparente, investigue junto ao pediatra.
  4. Sem fimose:. A circuncisão protege contra a cistite: a incidência é de menos que 10% em meninos circuncidados.

Como prevenir próximas infecções

  • Beba de seis a oito copos de água por dia.
  • Não prender a urina, faça xixi sempre que tiver vontade.
  • Use roupas íntimas de algodão, sobretudo as mulheres.
  • Troque a cueca todos os dias.
  • Urinar antes e depois do ato sexual.
  • Evite usar um diafragma ou espermicida e, ao mesmo tempo, mude para uma forma alternativa de controle de natalidade.
  • Mulheres: Limpe da frente para trás depois de urinar, e  não use duchas ou sprays vaginais.

Alguns urologistas optam por recomendar tratamento preventivo quando as infecções são recorrentes.

Assim, muitos especialistas prescrevem antibióticos em pequenas doses diárias para prevenir ou controlar futuras infecções da bexiga.

Conclusão

Receber um resultado de exame de urina indicando presença de leucócitos altos na urina, não é normal.

Os leucócitos são as células de defesa do organismo, e sua presença indica  uma infecção em alguma parte do trato urinário.

Observe portanto, os sintomas comuns de infecção que causam um aumento na contagem de leucócitos.

Crianças, bebês, adultos, idosos e gestantes devem buscar ajuda médica pois, geralmente, o tratamento é à base de antibióticos, além do acompanhamento profissional.

Opinião médica: Dr. Graham Rogers [1]   Dra. Judith Marcin [2]