Como era a noite de núpcias e a vida conjugal na Era Vitoriana / século 19?

Na Era Vitoriana, o casamento era o ápice das esperanças e sonhos da maioria das mulheres jovens.

Na Era Vitoriana, o casamento era o ápice das esperanças e sonhos da maioria das mulheres jovens.

Neste texto contaremos como funcionavam os casamentos, bem como a noite de núpcias e os ‘altos e baixos’ da convivência conjugal.

Uma mulher não só ganhava status com o casamento, como também evitava o terrível destino de virar a tia velha solteirona.

Se ela tivesse sorte, a esposa poderia aprender a amar seu marido, mesmo que ele tivesse sido escolhido pelos seus pais.

Trabalhar fora de casa raramente era uma opção para uma garota de classe média ou alta, seu objetivo era se casar, tem uma penca de filhos e ser mantida pelo marido.

O casamento também proporcionava a oportunidade de se libertar do controle rigoroso dos pais e também, era uma chance para constituir sua própria família.

Os pais, por sua vez, ficavam aliviados por se livrarem da responsabilidade financeira e do risco de um escândalo, especialmente se eles tivessem outras filhas.

O primeiro dia do casamento iniciava-se com a noite de núpcias.

E quando falamos em era vitoriana, ficamos com a impressão de que as pessoas da época eram todas puritanas e sexualmente reprimidas.

Mas não era beeeeeem assim! O século 19 iniciou a era da ” informação ”, e havia muitos manuais, panfletos e livros de aconselhamento sexual.

Contudo, as famílias mais puritanas não permitiam que suas filhas tivessem acesso a tais informações.  Já os rapazes eram bastante incentivados a adquirir esses folhetos e visitar bordéis.

Era, portanto, dever da mãe ter uma conversa pré-nupcial com a filha pura e casta. Ela falaria das obrigações matrimoniais e de como se comportar na primeira noite com o marido.

Só que, muitas noivas chegavam ao momento mal preparadas e este despreparo significava que a conversa com a mãe havia sido confusa ou bastante reduzida.

A noiva usaria a camisola do casamento  cuidadosamente bordada por ela mesma para tal momento.

Muitas delas passaram meses se dedicando aos bordados da camisola, apenas para dormir bem vestida ao lado do marido.

Mas, muitas moças sabiam exatamente o que fazer naquele momento.

De acordo como livro da novelista histórica Charllote Betts, uma moça de 16 anos teria se casado com um homem bem mais velho.

Ao ver o marido nu, ela fugiu para a casa dos pais em prantos. Ela teria corrido vários quilômetros de camisola no meio da noite.

Mas, não pense que somente as moças sofriam de decepções nupciais.

O livro também relata um marido recém-casado que pediu a anulação do casamento ao descobrir que a mulher tinha pelos pubianos.

Isso porque, as revistas de aconselhamento mostravam a genitália feminina como de uma boneca Barbie: sem detalhes e sem pelos pubianos.

Imagine a decepção do rapaz ao se deparar com uma mata pubiana ali?

De alguma forma, a maioria dos casamentos era consumado, mesmo que demorasse alguns dias e tudo terminava bem.

Naquele tempo, um homem  com alguma experiência que amava sua noiva e reservava um tempo para tratá-la com gentileza, tinha uma chance muito maior de um casamento feliz.

A esposa deve se dedicar à felicidade do marido.”

 “O maior dever de uma mulher é sofrer e ficar quieta.”

Essas duas frases eram, sem dúvida, as mais pronunciadas pela mãe nos conselhos às suas filhas.

A verdade é que, em troca de seu sustento e do status de esposa feliz, muitas mulheres dedicavam-se exclusivamente a satisfazer os maridos, seja com as obrigações do matrimônio como com mimos do dia a dia.

Como era a noite de núpcias e a vida conjugal no século 19
O casamento proporcionava a oportunidade de se libertar do controle rigoroso dos pais e, era uma chance para constituir sua própria família.

Esperava-se que ela cuidasse das crianças com competência, que mantivesse a casa limpa e garantisse que refeições apetitosas fossem servidas.

Ela tinha que ser uma boa companheira e uma anfitriã realizada e sempre deveria obedecer aos desejos do marido.

É possível que muitas jovens esposas se perguntavam se elas realmente alcançaram a liberdade que buscavam saindo da casa dos pais.

Os casamentos da classe alta eram frequentemente arranjados entre famílias para preservar e aumentar o poder e a riqueza.

Nessa época, um ‘bom’ casamento não significava necessariamente que o jovem casal estava apaixonado.

Casais da elite social normalmente dormiam em quartos separados e o marido visitava sua esposa quando ele assim desejasse.

Depois que a esposa desse à luz a um ou dois filhos, embora raramente se falsasse sobre o assunto, poderia ser livre para ter casos.

Já o marido, desde sempre mantinha seus casos fora do casamento.

Acreditem! A fidelidade era considerada muito importante para casais de classe média e baixa.

Os ricos viviam em um mundo paralelo que visava exclusivamente o aumento de suas riquezas e prazeres pessoais.

Na classe média, uma mulher que traísse o marido, certamente teria sua vida arruinada.

O divórcio, geralmente não era uma opção para a maioria dos casais. Mas quando acontecia, era a desgraça final na vida da mulher

Dados da lei vitoriana de  1850-1895 revelam que em torno de dez atos privados de divórcio eram aprovados no Parlamento a cada ano.

Se uma mulher deixasse o marido antes de obter o divórcio, ela perderia a custódia dos filhos, bem como qualquer bem material que trouxesse para o casamento.

A Lei de Custódia de Crianças de 1839  permitia que uma mãe tivesse a custódia de crianças menores de sete anos, desde que ela pudesse provar sua reputação e que não já vivesse com outro homem.

Um marido podia pedir o divórcio se sua esposa tivesse sido infiel, mas seus repetidos atos de adultério não eram motivos suficientes para uma esposa se divorciar de seu marido.

Além disso, para se divorciar, a mulher precisava provar crueldade, deserção, incesto ou brutalidade do marido para com ela.

Se um colapso conjugal se tornasse insuportável, muitos casais optavam por fazer arranjos discretos para viver separados, sem a aprovação do parlamento.

Isso evitava o falatório pela cidade, já que os divórcios eram anunciados nos jornais com prova documental.

Embora o casamento geralmente durasse até que “a morte nos separe”, a expectativa média de vida era de apenas quarenta anos.

Muitas vezes as mulheres morriam durante o parto e o viúvo era incentivado a se casar de novo, não apenas para ter companhia, mas para dar uma mãe aos filhos e manter a casa em ordem.

Já a mulher viúva ou separada só conseguiria um casamento se fosse muito jovem e bonita. Mulheres próximas dos 30 anos ou mais viveriam para sempre sem marido.