Vamos ser sinceros: É difícil acompanhar as recomendações de remédios para tratamentos médicos. Um dia algo é bom para a saúde, e no outro é mortal e deve ser evitado.
Ao longo da História, muitos tratamentos viciantes foram dados a crianças para curar a tosse. Biscoitos dietéticos altamente tóxicos foram distribuídos e usados como doces pela mulherada.
Esse é o assunto do vídeo de hoje: Os tratamentos médicos mais absurdos da história
Óleo de Cobra das águas chinesas
O espertinho Clark Stanley, que era vaqueiro, mas se dizia curandeiro, afirmava ter sido curado de artrite severa pelo “óleo de serpente das águas chinesas”.
Ele realizou um ato espetacular e sensacionalista durante a Feira Mundial de Chicago em 1893. Sua performance convenceu a todos e ele passou a vender – a preço de ouro – frascos contendo o tal óleo de serpente chinesa.
Todo mundo comprava e se você tivesse vivido nessa época talvez teria também adquirido o tal óleo.
Mais tarde, a FDA analisou e confirmou que os produtos não continham nenhum tipo de óleo de qualquer serpente e muito menos possuía poderes curativos.
Cocaína a 50 centavos a caixa
Na década de 1880, os cientistas conseguiram isolar o ingrediente ativo da folha de coca. As empresas farmacêuticas adoraram esse novo estimulante de ação rápida e relativamente barato.
Em 1884, um oftalmologista austríaco, chamado Karl Koller, descobriu que algumas gotas deste ingrediente pingadas no olho agiam como anestésico tópico.
Não demorou muito para o novo medicamento passar a ser usados para tudo: dor de dente, depressão, sinusite, letargia, alcoolismo e até dor de garganta.
Era possível encontrar a novidade em forma de tônico, pastilha, pó e até para cigarros calmantes. A coisa ficou tão grave que a caixa de comprimidos podia ser comprada por apenas 50 centavos em qualquer bar, mercado e até na rua.
Somente em 1914, a produção, importação e distribuição da cocaína foi totalmente proibida.
Massagem pélvica
Não podemos realmente dizer que esse tratamento foi ultrajante. Muitos irão agradecer aos médicos do século 19 pela invenção deste dispositivo usado para a cura da histeria.
Acreditava-se na época que essa suposta doença causava vários sintomas como: ansiedade, irritabilidade, insônia, desmaio e estômago inchado.
O tratamento para a histeria era uma “massagem pélvica” que induziria “paroxismo histérico”. Este trabalho era realizado por médicos vitorianos que massageavam manualmente as mulheres.
Em um esforço para poupar os médicos desse trabalho, um praticante engenhoso chamado Joseph granville criou um “instrumento médico eletromecânico” movido a vapor.
O dispositivo – hoje conhecido como vibrador – permitia que as mulheres se fizessem massagens em casa, sem precisar ir ao médico.
Heroína para tosse
No final da década de 1880, a população estava viciada em morfina para tudo. A Europa vivia uma epidemia de drogas e a saída foi criar um medicamento seguro que não fosse tão viciante.
Então, um químico inglês criou um substituto: a heroína que em 1895 passou a ser comercializada pela Bayer.
Achando-a cinco vezes mais eficaz – e supostamente menos viciante – a Bayer passou vender aspirina combinada com heroína em 1898. Recomendada para dor de garganta, tosse e resfriado, os anúncios de folhetos mostravam as mães dando o medicamento como um xarope a seus filhos.
Menos de 10 anos depois do lançamento, os médicos começaram a perceber que o novo medicamento parecia ser tão viciante quanto a morfina.
Os pacientes começaram a consumir garrafa atrás de garrafa. As crianças até fingiam doença e tosse para tomar o remédio.
A Bayer ainda continuou a comercializar e produzir o produto até 1913 quando foi inteiramente proibida.
Lobotomias nos cérebros
Valter Freeman acreditava haver encontrado uma maneira de aliviar a dor e a angústia dos doentes mentais.
Mas, na verdade, ele criou um dos tratamentos médicos mais apavorantes da história. Freeman desenvolveu o tratamento conhecido como lobotomia pré-frontal. Nas primeiras versões ele fazia furos no topo do crânio de seus pacientes.
Depois, evoluiu para martelar um instrumento semelhante a um picador de gelo nas órbitas dos olhos. O objetivo era cortar as conexões entre os lobos frontais e o tálamo. O médico acreditava que essa era a parte do cérebro que lidava com as emoções humanas.
Os pacientes frequentemente ficavam em estado vegetativo, tinham recaídas ou regrediam física e emocionalmente.
Uma das vítimas mais infelizes foi Rosemary Kennedy, irmã do futuro presidente John Kennedy, que ficou incapacitada, em estado vegetativo pelo resto da vida.
Remédios para emagrecer
Em 1890, o Dr. James Campbell vendia biscoitos de arsênico, que ele “garantia ser absolutamente seguro e inofensivo para qualquer pessoa “.
Mas o fato é que os biscoitos prometiam emagrecer, deixar a pele branca e livre de rugas e imperfeições.
Na sua fórmula, o princípio ativo era o famosinho da Era Vitoriana: o arsênico. As mulheres estavam se envenenando lentamente e como adoeciam gravemente, realmente ficavam bem pálidas.
Os efeitos dos biscoitos de arsênio causavam vômito e diarreia, o que segundo o fabricante, era ótimo pois representava a limpeza do organismo.
Não temos os dados das mortes relacionadas a esse biscoito envenenado, mas, com certeza, dezenas de mulheres podem ter morrido por ingeri-los diariamente.