Se hoje, com tanta tecnologia, as mulheres ainda se preocupam e temem a gravidez, imagine então, como eram as gestações na Era Vitoriana (Século XIX)?
Na era vitoriana, as famílias eram grandes, e um casal jovem, TINHA uma média de seis a oito filhos. Mas, havia famílias com muito mais que isso.
O que determinava a quantidade de filhos em um casal saudável, era a idade no casamento e a idade na menopausa.
Normalmente, as mulheres que se casaram na casa dos vinte e poucos anos, podiam esperar ter filhos continuamente até os quarenta e poucos anos.
No início do século 19, antes da Era Vitoriana, os médicos homens estiveram completamente de fora dos procedimentos de gravidez e parto.
Todos os conselhos e guias eram dados por enfermeiras, parteiras ou por mulheres experientes da família. Até mesmo na hora do parto, não era permitido que um homem, além do marido, acompanhasse tudo.
Mas, na Era Vitoriana, felizmente, os médicos puderam assumir um papel importante nas gestações podendo examinar a mulher durante a gravidez e estar presentes no parto.
Mesmo assim, as gestações na Era Vitoriana foram marcadas por um cuidado bastante diferenciado do que estamos acostumados.
Para início de conversa, muitas moças se casavam sem saber como funcionavam as relações íntimas e muito menos que elas resultavam em uma gravidez. Ou seja, muitas moças achavam que a gravidez simplesmente “aparecia” do nada depois do casamento.
Muitas mulheres só percebiam a gestação quando seu ventre crescia muito, lá pelos 7 meses. Isso, porque, as meninas não tinham muito dialogo com suas mães e poucas sabiam que a ausência da menstruação era um importante sinal de gravidez.
Havia um recato muito grande das famílias e raramente as mães tocavam em um assunto tão delicado com suas filhas.
Os testes de gravidez não foram inventados até meados do século 20, isso quer dizer que não havia como confirmar uma gravidez.
Os sinais eram passados de uma mulher para outra. Ou então quando uma mulher passava muito mal com enjoos da gestação, um médico acaba levantando essa suspeita, mas, sem examinar a mulher em momento algum.
Em 1830 os médicos já sabiam que a mucosa íntima mudava na gravidez. Mas, eles não tinham permissão de examinar as mulheres e por isso, a informação não chegou ao público comum.
Somente em 1880, um médico escreveu essa informação em jornal, e seu artigo foi considerado extremamente indelicado, sendo que o pobre médico teve seu registro caçado e perdeu o direito de exercer a medicina.
As mães vitorianas tinham vergonha de explicar para as filhas alguns detalhes íntimos, e a ignorância nessas questões era assustadora. Por causa de tanto recato, quando uma mulher se descobria grávida, ela “desaparecia” do convívio social. E não era vista nem mesmo por vizinhos.
As mulheres vitorianas se sentiam absolutamente envergonhadas de suas barrigas de grávida, pois essa era a confirmação máxima de que elas tinham intimidades com o marido.
Somente no finalzinho da gestação elas comunicavam a amigos e parentes distantes que um bebê chegaria em algumas semanas.
Uma pequena reunião era feita e muitas vezes somente o marido aparecia.
No século 19, dizia-se que se movimentar muito durante a gestação, faria mal à saúde do bebê. Por isso, geralmente, as mulheres endinheiradas passavam o dia deitadas, lendo ou bordando o enxoval.
É lógico isso não funcionava para as mães pobres que precisavam trabalhar.
De qualquer forma, não havia lei que protegesse uma mulher grávida e a maioria delas era demitida assim que revelava seu estado.
Nesse tempo, pensava-se que um menino refletia a virilidade de um homem e mostrava que ele era o parceiro dominante. Mas, se fosse uma menina, significava que a mãe tinha o sangue mais forte e dominante.
Por isso, saber o sexo do bebê era motivo de muita ansiedade, especialmente do pai da criança.
As mulheres experientes e parteiras diziam que quando a mãe tinha desejo por comidas doces, indicava gravidez de menina, enquanto desejar coisas salgadas significava um menino.
E por falar em comida, na Era Vitoriana a grávida precisava “comer por dois”. Por isso, era permitido comer de tudo e os desejos de uma gestante precisavam ser atendidos prontamente.
Uma mulher grávida deveria comer tudo que tivesse vontade, para não magoar o bebê que, após nascer, poderia dormir de boca aberta pelo resto da vida.
Como isso, muitas mulheres engordavam muito durante suas gravidezes e essa também era uma razão para que interrompessem a vida social.
Na Era Vitoriana, como sabemos, a mulher ideal deveria ser magra e com cintura bem fina.
As crenças vitorianas em relação à gravidez eram bastante absurdas, uma delas era que uma grávida não devia ir a lugares feios e nem olhar para pessoas feias.
Assim, quando as gestantes via alguém desprovido de beleza, ela virava o rosto ou colocava um lenço escondendo seus olhos.
Acreditava-se que uma visão feia poderia assustar o bebê que nasceria “bobo”, Ou seja, teria algum problema neurológico.
Esperava-se também que uma grávida mantivesse o uso do espartilho durante a gestação, pois se acreditava que a cintura não afinaria nunca mais se deixassem de usá-lo.
Por isso, as lojas vendiam modelos para grávidas com suportes laterais e nas costas somente.