Parto nos tempos medievais: como as mulheres tinham seus filhos na Idade Média

Parto na Idade Média: Como era dar à luz no período medieval

Durante o período medieval, os homens acreditavam que o propósito de uma mulher na vida era engravidar e ter filhos. Dar à luz na idade média era um momento não somente privado, mas altamente perigoso. Todas as mulheres sabiam que poderiam morrer uma vez que se vissem grávidas. Infelizmente, mais de uma em cada três mulheres morreu nestes tempos em decorrência de um parto ou complicações pós-parto. Então, como era dar à luz no período medieval?

Nestes tempos, algumas mulheres nem sequer sabiam que estavam grávidas até sentirem o primeiro movimento do bebê dentro delas por volta dos cinco meses. Aquelas que desconfiavam de uma gestação recorriam aos médicos que se limitavam a examinar a urina. Uma urina de cor pálida com uma superfície turva, indicava possível gravidez. Ao mesmo tempo, misturavam vinho na urina para examinar alterações na textura.

Durante toda a gestação não havia qualquer monitoramento fetal. O acompanhamento era feito por mulheres mais experientes. Assim, os médicos só eram acionados em último caso, quando a mãe ou o bebê estivessem morrendo. Em muitos casos, o marido preferia deixar que a esposa morresse do que permitir que outro homem a visse em trajes menores ou nuas.

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Mães nobres e mães plebeias

Mulheres da nobreza – rainhas, condessas, princesas e etc –  se isolavam do mundo por um período antes de darem à luz. Antes disso, frequentavam a Igreja junto ao marido pedindo a bênção para a hora que se aproximava. Depois, se isolava em seus aposentos, onde dormia com sua dama de companhia apenas.

As mulheres comuns – plebeias – também buscavam a bênção para o parto. Mas estas, permaneciam em seus afazeres domésticos e do enxoval do bebê até sentir as primeiras dores. Apesar disso, se afastavam dos olhares do público e não saíam de casa de forma alguma.

Tanto nobres quanto plebeias escreviam suas vontades antes de se isolarem para o parto. Assim, escreviam elas mesmas ou ditavam o que gostariam que acontecesse em caso de sua morte. Elas traçavam o cenário considerando a morte do bebê e a sobrevivência dele. Muitas, pediam que suas irmãs solteiras cuidassem e assumissem seus maridos e filhos.

O parto

Embora nenhum homem pudesse assistir ao acontecimento, o parto não era íntimo. Estavam presentes, amigas, matronas e parteiras. Importante era a presença de mulheres “experientes” que sobreviveram a muitos partos. A posição para o parto mais comum era sentada em uma cadeira apropriadas, onde outras mulheres ajudavam no processo. Por vezes, a parturiente permanecia de joelhos ou, eventualmente, de pé.

Quando o parto era difícil a futura mãe era colocada de pé para ter o bebê.

O quarto da mãe eram fechados e tapeçarias penduradas nas janelas para bloquear o máximo possível de luz. Acreditava-se que muita luz poderia danificar os olhos da futura mãe. A ideia era recriar o ventre: quente, escuro e silencioso. Além disso imagens religiosas, água benta e crucifixos eram mantidos no local afim de trazer apoio espiritual. Os nobres poderiam convidar o sacerdote para se manter em oração do lado de fora. Já as plebeias não contavam com essa regalia.

As parteiras tinham anos de experiência no parto de bebês e, portanto, tinham muito conhecimento. Normalmente era uma mulher de bom caráter que era muito confiável, caso em algum momento se apontasse qualquer falha de caráter, essa mulher nunca mais seria chamada para fazer um parto. Afinal, ela precisava fazer um juramento que ditava que ela não manteria nada do parto. Ou seja, o cordão umbilical ou a placenta precisavam ser devidamente destruídos para que não fossem usados em feitiçaria.

Apesar dos pouquíssimos recursos, cesarianas eram feitas. Contudo, eram feitas somente em caso da morte da mãe. Se o marido autorizasse, a própria parteira abria o ventre e tirava o bebê. Desta forma, a cessariam post-mortem salvou muitos bebês na idade média.

Após o nascimento

Se tudo correu bem com a mãe e bebê, a parteira cortava o umbigo no comprimento de 4 dedos fazia um nó. Mas, se o bebê fosse menino costumava-se deixar mais que 4 dedos de cordão, para precaver a sua virilidade. Em seguida, o recém-nascido era banhado com vinho ou álcool e esfregado com sal e mel.

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TM/ TS