Corrimento branco pastoso ou leitoso, o que pode ser? Indica doença? Devo me preocupar?

Corrimento branco pastoso ou leitoso, o que pode ser?  Bem, nós sabemos que o corrimento  é comum na mulher e normalmente não é nada grave.

Contudo, há algumas doenças importantes que desencadeia a produção de uma secreção esbranquiçada.

O corrimento branco pastoso pode indicar doenças.

Contudo, o corrimento branco leitoso, costuma ser uma secreção comum que pode mudar de acordo com a época do mês.

Corrimento branco leitoso, o que pode ser?

Este, costuma ser do tipo fisiológico. Ou seja, é normal, não indica doença.

É fácil diferencia-lo, pois, ele não tem cheiro e não tem sintomas associados, como coceira íntima e vermelhidão. Se assim for, não é motivo para preocupação.

Afinal, o corrimento branco leitoso, indica, quase sempre o muco de lubrificação íntima.

Contudo, fique atenta para o aspecto desse corrimento, se apresentar odor acompanhado de coceira íntima, pode ser uma infecção.

Corrimento branco pastoso, o que pode ser?

Este tipo, também chamado de corrimento branco cremoso, costuma ser patológico. Ou seja, é causado por alguma infecção.

Neste caso, é possível uma infecção fúngica, bacteriana ou por protozoário.

Este, a saber, vai apresentar odor fétido e ainda vermelhidão, ardência e coceira íntima. Alerta vermelho: procure um ginecologista quanto antes.

Abaixo enumeramos as doenças que podem causa corrimento branco pastoso.

1. Candidíase

Normalmente, o caso de corrimento branco pastoso mais comum é a candidíase.

É uma infecção fúngica causada por leveduras da espécie C. albicans. Este fungo ocorre naturalmente na microbiota íntima.

Porém, um aumento da proliferação destes organismos pode ocasionar a infecção.

É uma micose tão comum que se estima que 3 em cada 4 mulheres terão pelo menos um episódio de candidíase ao longo da vida.

De acordo com um estudo publicado na Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia[1], a candidíase é um dos diagnósticos mais frequentes em ginecologia.

Ao mesmo tempo, é o tipo mais comum de vaginite aguda nos países tropicais.

Pessoas com infecções fúngicas podem experimentar:

  • corrimento branco pastoso ou talhado (tipo queijo cottage)
  • um mau cheiro nas partes íntimas
  • coceira íntima intensa (dentro e fora)
  • vermelhidão e inchaço na genitália
  • uma sensação de ardor ou dor ao urinar
  • dor durante a relação

2. Vaginose bacteriana

A vaginose bacteriana é a causa mais comum de corrimento em mulheres em idade reprodutiva. É caracterizado por um corrimento com mau cheiro.

De acordo com um estudo publicado na revista Journal Clinical of Microbiology [2], é caracterizada por um crescimento anormal de bactérias anaeróbias, sendo a mais comum da espécie Gardnerella vaginalis.

Assim, o corrimento branco pastoso com mau cheiro devido ao aumento considerável do pH íntimo.

Assim, uma característica bem clássica de vaginite bacteriana é, de fato o corrimento branco pastoso com cheiro de peixe.

A evolução da doença fará o corrimento ficar amarelado. Os sintomas incluem, principalmente:

  • inflamação e irritação da mucosa genital
  • cheiro de peixe podre
  • ardência nas partes íntimas
  • normalmente, não há coceira na genitália nesta infecção.

O que pode ser corrimento branco pastoso na gravidez?

Corrimento branco na gravidez, a partir do terceiro trimestre é comum e não deve se preocupar.

Como o número de alterações ocorre em seu corpo durante a gravidez, é muito normal sentir uma secreção branca após o terceiro trimestre da gravidez.

Assim, o corrimento durante a gravidez, pode ser causado pelo aumento nos níveis de estrogênio durante a gestação.

Além de um corrimento branco pastoso, pode ser também corrimento amarelo, mas sempre observe, este não deve ser um corrimento branco pastoso com mau cheiro.

Contudo, como a gestação o corpo pode ficar mais vulnerável a contaminação por fungos e bactérias da flora íntima.

Assim, ao menor dos sintomas acima citados, busque ajuda médica, pode ser a vaginose bacteriana ou candidíase.

Contudo, ao contrário do que muitas mulheres pensam, o corrimento branco pastoso não pode ser gravidez, necessariamente.

O que pode ser corrimento branco pastoso sem cheiro?

A maioria das mulheres experimenta uma série de diferentes tipos de corrimento ao longo de seu ciclo menstrual.

É comum, portanto,  produzir em torno de uma colher de chá de muco grosso ou fino, inodoro por dia, e a cor pode mudar de branco para claro para marrom.

O corrimento branco pastoso ou leitoso observado antes do período é conhecido como leucorreia.

Essa secreção possui somente líquido e células mortas, e pode até parecer um pouco amarelada às vezes.

Esta parte do seu ciclo menstrual é chamada de fase lútea. É quando o hormônio progesterona está em alta no corpo.

Ao mesmo tempo, quando o estrogênio é o hormônio dominante, a secreção tende a ser clara, elástica ou aquosa, conhecida popularmente como corrimento clara de ovo.

O progesterona, por outro lado, torna o muco turvo ou branco com aspecto leitoso, ou pastoso e sem cheiro.

Nessa fase, portanto, o muco branco pastoso é após o período fértil.

O que pode ser coceira e corrimento branco pastoso?

Esse é um sintoma clássico da candidíase, como explicado acima.

A infecção fúngica provoca muita coceira dentro e fora da genitália, muitas vezes, em estado insuportável.

Sempre virá acompanhada de corrimento branco pastoso em grande quantidade, do tipo leite talhado ou queijo cottage, conforme imagem abaixo.

Considerações finais

Apesar de nem sempre um corrimento branco indicar que há algo errado, é bom associar outros sintomas como coceira, vermelhidão e dor ao urinar, pois, pode ser uma infecção nos genitais.

Ao mesmo tempo, evite perturbar o equilíbrio do pH em sua genitália ignorando sabonetes, lavagens perfumadas, duchas ou qualquer outro produto que tire sua umidade natural e das defesas internas. Isso inclui corrimento branco.






  1. ROBERT P. NUGENT, et.al. Reliability of Diagnosing Bacterial Vaginosis Is Improved by a Standardized Method of Gram Stain Interpretation. JOURNAL OF CLINICAL MICROBIOLOGY.
  2. Holanda AAR et.al. Vulvovaginal candidiasis: symptomatology, risk factors and concomitant colonization. Rev Bras Ginecol Obstet.
  3. ALVES, Maria José; OLIVEIRA, Rita; BALTEIRO, Jorge  e  CRUZ, Agostinho. Epidemiologia de Trichomonas vaginalis em mulheres. Rev. Port. Sau. Pub. [online]. 2011.
  4. CORRIMENTO VAGINAL: CAUSA, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO FARMACOLÓGICO. Departamento de Farmácia e Farmacologia, Universidade Estadual de Maringá, UEM