As jararacas crescem matam suas presas usando injeções de veneno. Uma vez que o veneno de cobra entra em ação, as vítimas desmaiam por causa de uma queda da pressão arterial, deixando-as prontas para serem comidas, começando pela cabeça. Este é o hábito alimentar da jararaca-ilhoa, serpente encontrada na bacia Amazônica e nas florestas do Brasil, cujo veneno costumava ser usado pelos índios na ponta de suas flechas. O réptil é parte importante do tratamento contra hipertensão de muitas pessoas.
O que a maioria dos hipertensos não sabe, é que o captopril – cujo nome comercial é Capoten – é desenvolvido a partir de uma substância encontrada no veneno da jararaca brasileira. Comercializado desde os anos 70, ele ainda é o medicamento para pressão alta mais usado no mundo.
Desde o captopril, mais dois medicamentos – eptifibatide e tirofiban – produzidos com base nos venenos da cascavel-anã (Sistrurus miliarius barbouri) e da víbora Echis carinatus, respectivamente, foram aprovados no final de 1990 para tratar outras doenças cardíacas, como angina.
Comer batata mais que 4 vezes por semana aumenta consideravelmente o risco de hipertensão
Como tudo aconteceu
Sérgio Henrique Ferreira, que, juntamente com seus colaboradores, isolou, na década de 1960, do veneno da Bothrops jararaca, um princípio ativo capaz de intensificar a resposta à bradicinina e que foi denominado FPB (fator potenciador da bradicinina).
A partir do veneno da jararaca, Sérgio Ferreira chegou a uma substância capaz de inibir os agentes naturais do organismo que elevam a pressão arterial, chamados angiotensina 1 e 2, ao mesmo tempo em que prolongam o efeito de uma molécula que mantém a pressão baixa, a bradicinina.