Ilha brasileira é fechada para visitação por estar infestada de serpentes mortais cujo veneno derrete a carne humana

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O governo brasileiro proibiu que visitantes pudessem ir até a Ilha de Queimada Grande, localizada a 35 quilômetros da costa do Estado de São Paulo devido à presença de serpentes classificadas como uma das mais perigosas no mundo, a Jararaca-Ilhoa (Bothrops insularis), que representa o topo da cadeia alimentar neste local. O veneno dela é tão poderoso que ao entrar em contato com a circulação do indivíduo, consegue matá-lo em cerca de duas horas, pois provoca a falência geral orgânica e derretimento do local do ferimento.

Conhecida também como “cabeça de lança”, devido ao formato da sua cabeça, essa serpente apresenta as cores marrom e dourado e medem cerca de 70 cm, podendo chegar a 118 cm. Na sua alimentação está incluso o consumo de aves e lagartos, porém, existem casos onde ocorre canibalismo. Caso a disponibilidade dos alimentos se torne precário, também não haverá problemas, já que elas são capazes de viver por até seis meses sem se alimentar.

Apesar de serem muito parecidas com as serpentes do continente, as jararacas-ilhoas apresentam singularidades, como por exemplo, suas habilidades sobre as árvores e sua preferência pelo dia, na busca de capturar alguma ave (animais diurnos). Essas são características presentes nos animais adultos, enquanto as mais jovens permanecem no chão, pois em sua alimentação estão inclusos lacraias, lesmas e sapos.

jararaca ilhoa

O motivo que fez com que elas se tornassem tão mortais é desconhecido, mas existem teorias que defendem que há anos atrás ocorreu a separação da ilha do território brasileiro. Por esse motivo, os alimentos se tornaram escassos e as serpentes tiveram que desenvolver habilidades para que pudessem sobreviver.

Embora seja um lugar perigoso e isolado, as serpentes correm um enorme risco de extinção e por isso, apenas pesquisadores são autorizados a visitar este local, pois a ilha é protegida por leis ambientais na tentativa de garantir a preservação das espécies. Além disso, um estudo revelou que no veneno das jararacas comuns existem moléculas capazes de auxiliar na diminuição da pressão arterial, resultando na elaboração do captopril, remédio que provoca a diminuição da angina (redução das artérias que levam sangue ao coração). Já as espécies que pertencem à ilha apresentam substâncias muito parecidas e com poucas possibilidades de gerar novos medicamentos e por esse motivo ocorre um enorme tráfico de animais nessa região com o intuito de descobrir novas informações.

 

Fontes: jornalciencia/g1/viajeaqui  Imagens: horadoplaneta/texancoach/