Cristais na urina: oxalato de cálcio e de urato e fosfato amorfo. O que significa?

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Cristais na urina: cristais de oxalato de cálcio e de urato e fosfato amorfo

Não é raro que cristais na urina apareçam no exame das pessoas, mesmo aquelas saudáveis.

Mesmo estando bem, uma pessoa pode apresentar alguns cristais em uma amostra de urina.

No entanto, a presença abundante de qualquer um dos cristais comuns como o oxalato de cálcio, urato ou fosfato amorfo, indica que algo não vai bem no trato urinário. Mas o que significa?

O que causa cristais na urina?

De forma geral, os cristais na urina surgem devido à pouca ingestão insuficiente de líquidos, uma dieta rica em proteínas ou alterações no pH da urina.

Quando o consumo total de água diminui, alguns elementos químicos presentes na urina como nitrogênio e ácido úrico podem se solidificar.

O resultado é o desenvolvimento de cristais na urina. Assim, a desidratação é a principal causa da presença de cristais de urina, principalmente nas crianças.

Podemos encontrar também no laudo, a quantidade de cristais, por cruzes, +, ++, +++, ou raro, moderado ou aumentado.

Alimentos que causam cristais na urina

Se você descobriu que está com cristais na urina, provavelmente, sua alimentação está rica em alimentos que causam essa alteração e, ao mesmo tempo, falta água no organismo.

De acordo com publicação da SBU [1], os como os inibidores de proteínas, oxalatos, taninos, são substâncias antinutricionais que ingerimos na alimentação.

Portanto, passe a tomar muito mais água e evite certos alimentos e suplementos, como por exemplo:

  • Alimentos ricos em oxalato: amendoim, ruibarbo, espinafre, beterraba, chocolate, chá preto, batata doce, café e refrigerantes à base de cola;
  • Sal e produtos ricos em sódio, como temperos em cubos, molho de soja, molho inglês, fast food, comida pronta congelada;
  • Proteínas em excesso;
  • Carnes processadas, como salsicha, linguiça, presunto e mortadela;
  • Suplementos de vitamina C e de cálcio.

Cristais na urina: Oxalato de cálcio

Sempre nos assustamos quando recebemos um exame de urina com resultado: “Presença de Oxalato de cálcio +++”.

No entanto, o oxalato de cálcio é o cristal mais comumente encontrado em exames de urina e a maioria das vezes não representa significado clínico.

Normalmente, uma pessoa que tem uma alimentação rica em ácido oxálico – tomates e aspargos, por exemplo – podem apresentar estes cristais na urina.

Quem faz uso de vitamina C (ácido ascórbico) também pode ter Oxalato de cálcio na urina.

Mas, isso não significa que sua presença seja sempre algo banal. Cristal de Oxalato de cálcio é a substância em maior quantidade nos cálculos renais (pedra nos rins).

Absorvidos pelo intestino o cálcio vai estar em quantidade elevada na urina de indivíduos que são “formadores de pedra”. A pessoa não formará os cálculos se seu corpo estiver sempre hidratado.

Agora, uma grande quantidade de cristais de oxalato de cálcio em uma urina recente, deve-se suspeitar de processo patológico.

Podemos citar intoxicação pelo etilenoglicol, diabetes mellitus e doença hepática. Ao mesmo tempo, pode se considerar uma problema renal crônico grave.

Cristais na urina: cristais de oxalato de cálcio e de urato e fosfato amorfo.
O oxalato de cálcio é o cristal mais comumente encontrado em exames de urina. Na maioria das vezes não representa significado clínico.

Oxalato de cálcio na urina infantil

A presença de cristais de oxalato de cálcio na urina geralmente acontece devido ao tipo de alimentação da criança. Podendo inclusive interferir nas vezes que a criança urina.

Outro motivo importante é a hidratação. Se falta água no organismo, as chances de formar cristais de oxalato na urina de criança são maiores.

Isso porque, quando o consumo total de água diminui, por consequência, a urina passa a apresentar partículas ou cristais sólidos aumentados.

Exija sempre que as crianças bebam mais água, pois a desidratação é a principal causa da presença de cristais na urina de bebê e crianças maiores que não tomam água suficiente.

Cristais na urina: urato amorfo e fosfato amorfo

As pessoas ficam realmente preocupadas quando veem que suas urinas estão com cristais amorfos em grande quantidade (+++).

É importante me manter hidratado, pois a presença destes cristais mostra predisposição a formação de cálculos renais.

No entanto, o fosfato e urato amorfo, geralmente, não são de grande valia no diagnóstico de alguma patologia.

Aparentemente, os cristais na urina de urato e fosfato amorfo são iguais. Contudo, medindo o pH da urina é possível de terminar qual deles está na urina.

Isso porque, O fosfato amorfo (FA) é visto em urinas de pH alcalino, enquanto o urato amorfo é visto em urinas com pH ácido.

De acordo com a Dra. Verônica Maia, reumatologista, quando a urina está com alta concentração cristais amorfos, a ponto de formar pequenos cristais (de urato ou fosfatos). A fusão desses cristais é o que forma alguns tipos de cálculos renais.

Cristais na urina: cristais de oxalato de cálcio e de urato e fosfato amorfo.
O fosfato e urato amorfo, geralmente, não são de grande valia no diagnóstico de alguma patologia.

 

Cristais na urina na gravidez

Na verdade, os cristais na urina não se formam no período gestacional, mas antes da mulher engravidar.  Tem a ver, portanto, com a alimentação e também com a desidratação.

É preciso estar sempre verificando a urina durante a gestação, pois com o crescimento da barriga os rins sofrem sobrecarga e se movimentam podendo levar a cólicas renais e liberação de pedras nos rins previamente formadas.

Isso não prejudica a gravidez, mas passar pelo tratamento com antibióticos e anti-inflamatórios não é aconselhável se você tem um bebê crescendo na barriga.

Resumo

Quando se descobre cristais na urina é bom ficar atento para a evolução desse quadro. É importante ter cuidados para que a situação não se complique e tenha consequências.

O excesso de cristais pode levar a formação de pedras nos rins, bem como uma infecção renal.

A recomendação é evitar os alimentos que causam cristais na urina e aumentar a hidratação, sobretudo, em gestantes e crianças.

Artigo médico-científico: SBU [1]