Fusão entre animal e vegetal? Lesma do mar incorpora genes de alga e consegue fazer fotossíntese

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A lesma-do-mar Elysia chlorotica é um molusco que vive em águas marinhas e consegue realizar fotossíntese devido à ingestão de algas. Esse fenômeno é possível porque essa espécie consegue conservar os cloroplastos (organela onde se encontra a clorofila – responsável pela cor verde) ativos adquiridos a partir da alimentação das algas e inserir os genes delas em seu próprio código genético.

Dentre as características deste animal destacam-se a sua coloração verde-esmeralda, com algumas manchas avermelhadas ou esbranquiçadas. Apresentam formato similar aos outros seres da sua espécie e possuem um tipo de asa lateral, chamada de parapódios.

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Para consumir a alga Vaucheria litorea, o molusco tem o auxílio de sua rádula (estrutura em formato de serra que raspa os alimentos) para conseguir furá-la e absorver os seus nutrientes. Após a ingestão, apenas os cloroplastos são mantidos nos vacúolos, que continuam ativos e capazes de realizar fotossíntese, fornecendo carboidratos e lipídios para a nutrição do molusco. Esse processo é possível devido a existência de um gene da alga presente no DNA da lesma que consegue fazer reparos nos cloroplastos e mantê-los ativos.

Esse gene é passado para as próximas gerações das lesmas-do-mar, que terão apenas que continuar se alimentando das algas para a realização deste processo.

A interação entre essas duas espécies mostra uma transferência de genes que ocorre em raros casos. Em humanos, uma meta mais específica seria a da terapia genética, que tem como objetivo eliminar possíveis erros presentes no DNA para evitar o desenvolvimento de doenças.

 

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