No tempo dos faraós, eles e suas famílias levavam uma vida com muito luxo, requinte e conforto.
Ele mantinha em seu Palácio um harém e poderia ter quantas esposas quisesse.
Líder religioso e político
Era responsabilidade do faraó liderar o Egito em questões religiosas e políticas.
Essas funções os dava títulos pomposos como: “Sumo Sacerdote de Todos os Templos” e “Senhor das Duas Terras”.
Como líder espiritual, esperava-se que todo faraó realizasse rituais sagrados e agisse efetivamente como um canal entre os deuses e o povo.
Quanto a liderança política, ele se ocuparia com a legislação, diplomacia e o fornecimento de alimentos e recursos para seus súditos.
No antigo Egito não existia uma constituição.
As leis eram baseadas em tradições, onde o próprio faraó era o juiz das causas.
Geralmente, antes do almoço, o faraó recebia visitas, se reunia com conselheiros, julgava crimes e aplicava penas aos infratores.
Ele era supremo sacerdote, juiz e general de todas as questões do reino.
Embora tivesse vários conselheiros, a última palavra era sempre dele.
Vida luxuosa
Os faraós moravam em palácios suntuosos, com mobília fabricada de materiais nobres, como cedro, ébano com vários detalhes em marfim e muito ouro.
Os artesãos possuíam técnicas e perícias para a elaboração de peças únicas.
A taça de vinho do faraó, por exemplo, era única e todinha de ouro, podendo pesar 1 kg, ou até mais.
Os utensílios domésticos do palácio possuíam grande beleza e qualidade em relação aos demais objetos da época.
Toda essa ostentação era esperada, já que o faraó era visto como a reencarnação de um Deus.
Outra evidência de luxo, conforto e prova da tamanha riqueza, estava no contingente de servos responsáveis pela manutenção do palácio.
No entanto, os criados servos, dançarinos, músicos jamais poderiam tocar no faraó. Somente um nobre de extrema confiança poderia ter tal privilégio.
Os faraós podiam ter dois, três, ou até mais palácios, que eram grandes complexos compostos de aposentos e despensas.
Apesar de devotado ao trabalho religioso e às campanhas militares, o governante tinha refeições fartas e roupas muito luxuosas.
Toda sua comida era provada por um nobre antes de lhe ser servida.
Até mesmo o vinho e o pão teriam de ser degustados por alguém de confiança. Tudo isso, em nome da segurança do faraó.
Todos os escravos e servos eram dedicados a servi-lo e louvá-lo.
Rotina diária
Quando acordava, o governante era banhado com água pura do rio Nilo, colhida naquela manhã.
Ele nem sequer tomaria seu banho sozinho. Os servos o ajudariam a se limpar.
Após o banho, o faraó teria seu corpo besuntado de óleos essenciais.
O mau cheiro era considerado pecado.
Depois, era perfumado e vestido com plumas de falcão, linho e joias. Esse trabalho poderia ser feito por jovens filhos de nobres cuidadosamente selecionados.
Era proibido que um escravo ou servo sem origem ilustre tocassem o faraó.
O faraó também não sairia de seus aposentos sem a maquiagem no olho.
Isso era OBRIGATÓRIO!
Além do efeito cosmético e prático (como forma de reduzir a reflexão da luz), servia também, como homenagem espiritual, já que o desenho em torno dos olhos realçava a sua semelhança com o deus Hórus.
Um harém em cada palácio
Quando falamos em harém, pensamos em mulheres bonitas e prontas para servir ao faraó, seja com atividades carnais quanto com companhia, danças e massagens.
Mas não era bem assim, não, viu?
Os haréns eram espaços amplos onde viviam as esposas do faraó, viúvas dos nobres e as filhas dos nobres.
Essas moças eram levadas pelos pais com o objetivo de serem escolhidas para se tornarem esposas de nobres.
Lá aprenderiam a dançar, bordar, tocar instrumentos e estudavam.
Com sorte, muitíssima sorte mesmo, poderia ser apresentada ao faraó e se caísse nas graças do soberano, poderiam se tornar uma de suas esposas.
As esposas eram as gerentes do harém e sua função era dar filhos homens ao faraó e servi-lo sexualmente.
O faraó escolheria com qual esposa passaria a noite ou qual delas o acompanharia para as refeições.
De qualquer forma, ele poderia escolher se deitar com qualquer mulher do harém que quisesse.
Mas somente os filhos gerados pelas esposas seriam possíveis herdeiros
Muita devoção aos deuses
Boa parte do dia era reservado para adoração aos deuses em um templo fora do palácio.
Em suas funções de sumo sacerdote, os faraós faziam oferendas sagradas aos deuses diariamente.
Acreditava-se que apenas o faraó poderia entrar em um templo sagrado e se comunicar com os espíritos dos deuses.
Ele precisava atravessar um salão e ajoelhar-se à frente do deus a que era devotado (Amon, Hórus ou outro) e ali, fazer sua oferenda e se comunicar.
Outras ocupações
Ao longo do dia, o faraó podia visitar construções e percorrer as searas de trigo, sempre rodeado de servos e com muita pompa.
Suas viagens eram geralmente feitas ao longo do rio Nilo e, quando estava em terra, era erguido numa liteira para ser visto.
À tarde, antes de o Sol se pôr, o faraó voltava ao palácio para oferecer flores e óleos ao seu Deus.
Os hieróglifos mostravam os faraós em batalhas e praticando esportes. Mas alguns historiadores acreditam que isso era só marketing.
O faraó teria de ser visto com um homem atlético, forte e poderoso, mas, “na real mesmo!”, eles não eram tão incríveis assim.
A imensa maioria de seus súditos nunca a veriam na vida e sua imagem era aquela passada pelas representações lúdicas.