Isso pode ser útil para você: Psicólogo explica, em 4 etapas, como você deve falar com crianças sobre a morte

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Como dar notícia de morte para uma criança? Psicólogo ensina

Como dar notícia de morte para uma criança? Se tem um assunto que deixa grande parte dos pais “sem palavras”, é a morte! É difícil de fato explicar para uma criança que o vovô não vai mais voltar ou que o cachorrinho da família “desapareceu” para sempre. Muitos pais usam a frase “mestra” para essas situações: “O vovô virou estrelinha”.

Um estudo publicado na revista de enfermagem REME (1) explica nas considerações finais que a criança, até os 3 anos de idade, não compreende o conceito de morte: confunde morte com sono. Entre os 3 e os 6 anos, começa a compreender o conceito, mas não aceita que morrer é irreversível. Aos 6 anos, já sabe que vai morrer um dia, e começa a ver um falecimento como parte do ciclo da vida, e, não, como uma punição ou o resultado de uma violência.

Por ter filhos de 5 e 7 anos, o psicólogo Sami Grover percebeu que tocar neste assunto era algo muito mais difícil que ele imaginava, mesmo para um psicólogo. Ele não sabia como dar notícia para os filhos pequenos. Então, apelou às recomendações da agente funerária e youtuber Caitlin Doughty e escreveu um artigo sensacional. O texto, publicado no site Mother Nature Network dá conselhos de como falar sobre este assunto delicado com as crianças.

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1- Pergunte o que ela sabe sobre a morte

Você pode pensar que uma criança de 5 anos não conhece nada a respeito da morte, mas talvez ela saiba muito mais o assunto do que você imagina. Assim, a melhor forma de introduzir a conversa é perguntando o que ela já sabe a respeito da morte. Será a partir desta resposta que você irá definir um caminho de como abordar o assunto em cada faixa etária. Assim, você terá o primeiro passo de como dar notícia de um falecimento da forma correta.

2- Fale a verdade

Como dar notícia de um falecimento sempre assusta, não seja alarmista. Seja sincero com a criança, buscando uma linguagem compreensível de acordo com a idade. Na verdade, cada um de nós, adultos, temos uma noção bem clara do que é a morte, mas as convicções pessoas variam em relação a seu significado e à possibilidade de “vida” além dela, então busque argumentos os mais reais possíveis. Mas no fim, deixe claro que ela não conviverá novamente uma pessoa ou um animal que morrer.

3- Proteja a criança dos detalhes

Não é necessário entrar em detalhes explicando que “vermes” comem nosso corpo que irá apodrecer e somente os ossos (tipo caveira, mesmo) restarão. Nunca fale coisas deste tipo, elabore uma resposta inteligente, caso essa pergunta aconteça no meio da conversa. No entanto, não minta e tampouco invente situações que não acontecem. Filtre as informações e revele detalhes fáceis de serem absorvidos. Apesar do cuidado, não pense que seu filho é incapaz de compreender a morte.

4- Transmita suas crenças, mas não se imponha

Não interessa qual sua religião e de como você vê a morte. Se você acredita em céu, inferno, se acredita em reencarnação ou que a morte é o fim de tudo, você pode transmitir sua convicção a criança. Neste momento é indispensável explicar que as pessoas têm crenças diferentes sobre o assunto. Assim, esteja ciente de que elas podem ouvir conceitos distintos de outras pessoas. Complete dizendo que não necessariamente está errado, mas que ela só conseguirá decidir no que acredita quando estiver mais velha.

A criança deve ir ao velório e ao enterro?

A psicóloga Ana Cassia Maturano, Psicóloga e psicopedagoga disse no site Crescer, que quando a criança participa de um funeral, tem a possibilidade de entender o luto e vivenciá-lo. Assim, ela saberá como funciona e deixará de criar fantasias. “Explique a ela, de forma bem simples, que a pessoa não estará mais presente e que o velório é uma despedida“, disse. Seja franco e diga que é natural morrer um dia.

mnn  Artigo científico:  (1)