Imagine uma pessoa dormindo sossegada e de repente sua mão agarra o próprio pescoço e inicia-se uma luta da pessoa contra a própria mão. Parece um exemplo muito fictício, mas as pessoas que sofrem de SMA (Síndrome da Mão Alienígena) podem sim passar por episódios parecidos várias vezes na vida.
É um distúrbio neurológico raro em que uma das mãos do paciente funciona de forma involuntária, sendo que a pessoa não percebe sua ação e muito menos pode controla-la. Sintomas menos horripilantes do que os citados acima incluem agarrar e apertar, tocar o rosto ou rasgar a roupa involuntariamente. Casos mais extremos envolvem encher a boca com muito mais comida que pode aguentar, impedir que a mão normal faça tarefas simples e cutucar e estrangular a si mesmo. Embora seja vista mais como uma questão de transtorno do que uma ameaça médica, as pessoas que sofrem dessa síndrome geralmente têm problemas psicológicos e perturbações, além de, ocasionalmente, sofrerem lesões como resultado das ações da mão estranha.
Nesta síndrome os movimentos involuntários da mão alienígena têm um propósito e são orientadas. A mão afetada pegará um objeto e tentará usá-lo, ou realizará uma simples tarefa, como abotoar e desabotoar uma camisa. Os pacientes conservam todas as sensações na mão alienígena, mas geralmente os movimentos são involuntários. Esses pacientes também podem apresentar comportamentos estranhos, como falar com a mão, alegar possessão demoníaca ou referir-se dela na terceira pessoa.
A SMA foi identificada pela primeira vez em 1909 e, desde então, houve apenas 40 a 50 casos registrados. A raridade e a natureza não ameaçadora levaram a pouquíssimas pesquisas e à falta de dados concretos, resultando em uma condição inteiramente misteriosa. Acredita-se que uma região do cérebro formada por um grupo de nervos é responsável pela distribuição de tarefas. Tais nervos enviam mensagens que se conecta e compartilha informações com os dois hemisférios do cérebro. A síndrome da mão alienígena pode ser resultado da lesão desses nervos. Tal lesão ocorre com mais frequência em pacientes com aneurismas, derrames e infecções cerebrais, mas também pode se manifestar como um efeito colateral de cirurgias no cérebro.
Fonte: How Stuff Works Brasil
