Câncer do pâncreas pode estar com os dias contados. Novo tratamento promete impedir proliferação das células cancerosas

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Sabemos que o câncer é uma das doenças que mais causam mortes no mundo. São cerca de 14 milhões de novos casos diagnosticados e mais de 8,2 milhões de mortes até 2012 e ainda há uma previsão de que esse número aumente em cerca de 70% nas próximas décadas. O câncer de pâncreas está na oitava colocação quando se trata de mortes em todo o mundo, assim como sua incidência na população.

Existem vários tipos de câncer de pâncreas divididos em dois grupos: tumores exócrinos (que secretam substâncias para fora do corpo ou para dentro de uma cavidade corporal) e tumores endócrinos (secretam internamente). Os tumores exócrinos são os tipos mais comuns de câncer de pâncreas e corresponde a 90% dos casos, como o Adenocarcinoma ductal pancreático que se origina das células que recobrem os ductos pancreáticos por onde o suco pancreático é conduzido até ser secretado no duodeno.

É um câncer muito agressivo e possui uma baixa taxa de sobrevivência, pois o seu diagnóstico é demorado e apresenta muita resistência ao tratamento da quimioterapia. Existe uma proteína chamada de S100P que é expressa nos cânceres agressivos e que aparece em grande quantidade no câncer de pâncreas, ou seja, uma vez que ela é ativada faz com que as células cresçam descontroladamente e rapidamente, além disso, induz as células a se espalharem e criarem novos tumores em outras partes do corpo.

Por isso a proteína S100P é alvo dos cientistas para o desenvolvimento de novos medicamentos para prevenir a propagação de cânceres agressivos, como o de pâncreas. Foi assim que cientistas da Universidade de Hertfordshire no Reino Unido com a colaboração do Dr. Tatjana do Instituto de câncer Barts da Universidade Queen Mary de Londres, utilizaram métodos químicos para projetar novos compostos em evitariam a ativação da proteína S100P.

Fotomicrografia de citologia por aspiração com agulha fina (FNA) guiada por tomografia computadorizada (CT) de uma massa pancreática mostrando células malignas indicando adenocarcinoma.

Os pesquisadores projetaram estruturas de novos medicamentos baseados em Cromolyn, uma droga usada para o tratamento da asma. Foram utilizados técnicas de biologia molecular para pesquisar um banco de 93 compostos sintéticos com a capacidade de prevenir a ativação da proteína. Após isso, conseguiram 18 drogas em potencial que foram identificadas e testadas para verificar a sua toxicidade. Os compostos não matavam as células cancerosas, mas impediram que elas migrassem. Isso foi uma grande descoberta para a oncologia, uma vez que assim o tratamento com a quimioterapia torna-se mais eficaz no paciente.

Os pesquisadores já iniciaram as novas etapas para se certificar dos possíveis efeitos colaterais das drogas e realizar pequenas alterações na estrutura dos medicamentos para os mais promissores. Assim que a pesquisa for finalizada e acabar tudo certo, esse tratamento vai fazer uma grande diferença na vida dos pacientes com o câncer de pâncreas, além disso, prolongar a sua vida e quem sabe tornar o câncer pancreático numa doença controlada.

Fontes: iflscience / cancerresearchuk / theconversation / inca
Artigos: Missiaglia E et. al /
Imagens: Reprodução/ iflscience