Diminuição do nível de testosterona ajudou a civilizar humanos ancestrais

Cientistas americanos mostraram através de estudos que uma diminuição do nível de testosterona e uma posterior diminuição dos traços masculinos colaboraram no processo de civilização humana. O principal motivo foi o aumento da afabilidade e da cooperação e uma menor agressividade, moldando o “comportamento moderno”.

Apesar de os Homo sapiens terem surgido a 200 mil anos atrás, só a 50 mil anos evidências de comportamento moderno como arte e produção de ferramentas surgiram. Além disso por volta dessa época o ser humano começou a praticar algo pouco visto no reino animal. A cooperação mesmo com estranhos.

Cientistas estudaram diversos crânios de 80 mil anos, 10 a 30 mil anos e vários de diversas etnias do século 20. Os resultados mostraram tendência a uma diminuição das têmporas e da face superior. Além disso houve uma redução do tamanho das sobrancelhas e um arredondamento da cabeça. Todas essas mudanças podem ocorrer devido a uma diminuição do nível de testosterona nos seres humanos.

A única dúvida ainda existente é se o nível de testosterona diminuiu ou os receptores para o hormônio é que diminuíram. Fato é que o baixo nível de testosterona está relacionado com a tolerância social e a cooperação entre os primatas. É muito fácil ver a diferença da produção de testosterona entre chimpanzés e bonobos. Chimpanzés produzem grande quantidade de testosterona e são bem agressivos, enquanto os bonobos produzem cortisol quando estressados, sendo conhecidos por serem dóceis.

Definitivamente com o surgimento das civilizações, os seres humanos necessitaram ter uma grande tolerância para se manterem vivos. Quanto mais alta era a densidade populacional, mais baixos os níveis de testosterona tinham de ser, levando a formação do molde de crânio que temos hoje e aos costumes necessários para conviver bem.

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As medidas faciais em mais de 1.400 humanos sugerem que uma redução dos níveis de testosterona contribuiu para o comportamento do seres humanos de hoje. Foto: Reprodução/IFLS/ Robert Cieri

 

Fonte:  iflscience