Herpes simples: É possível pegar herpes do batom? Verdade ou mito?

É verdade que podemos pegar o vírus do herpes simples do batom

Apesar de tantas informações e campanhas o herpes simples – ou herpes simplex – continua sendo um ponto de interrogação para muita gente. As dúvidas estão desde a sua transmissão até o tratamento das lesões, que podem ser localizadas, na maioria das vezes, perto dos lábios.

O herpes simples é bastante contagioso. Uma pessoa pode pegar o herpes simples não apenas beijando um portador do vírus. Na verdade, decerto, pode pegar tendo contato com alguns objetos usados pela pessoa. Assim, quando dizem que usar batom emprestado, ou emprestar sua maquiagem pode transmitir herpes, não é conversa fiada. Herpes pode ser transmitido pelo batom e pincel do gloss?

Batom transmite herpes simples?

Dermatologistas dizem que o risco de contaminação é ainda maior se o batom estiver fora do prazo de validade. A maquiagem possui substâncias que evitam a proliferação de microrganismos, mas elas perdem a sua eficácia quando o produto vence. Então, não somente o herpes mas outros microrganismos podem viver no seu batom.

A dermatologista Elisete Crocco, coordenadora do Ambulatório de Cosmiatria e Acne da Santa Casa de São Paulo disse em entrevista ao site do Uol que no caso do batom, o risco de transmissão é do herpes simples. Aquele que causa as “bolhinhas” ao redor da boca. “Não é que o vírus fique por muito tempo no batom. Mas, se a pessoa tem a doença passa um batom e empresta, ela transmite o vírus”, explicou a médica.

Quem contraiu herpes, terá o vírus pelo resto da vida. Isso porque, o vírus tem grande afinidade pelas terminações nervosas. Depois do contágio ele fica latente nos nervos, como se estivessem dormindo. Assim nosso sistema de defesa não o reconhece como um intruso.

A detecção vírus Herpes simplex (genital ou labial) pode ser feito através exames. Contudo, não é um exame de sangue, e sim, uma pesquisa de anticorpos IgG e IgM. Nesse, há coleta de uma secreção da ferida. Por isso, o melhor teste é o feito diretamente das lesões ativas, aonde são utilizadas técnicas de biologia molecular capazes de detectar fragmentos do DNA viral.

1/3 da população mundial tem herpes simples

A Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou recentemente que dois terços da população mundial têm herpes. Mais de 3,7 bilhões de pessoas com menos de 50 anos possuem o vírus tipo 1, mais associado ao herpes labial. E outras 417 milhões, na faixa dos 17 aos 49 anos, carregam no corpo o vírus tipo 2. Este,  costuma provocar feridas nos órgãos genitais.

A maioria das pessoas infectadas nunca vão desenvolver qualquer sintoma. O vírus pode ficar latente durante anos e as feridas só vão aparecer se houver uma baixa no sistema imunológico, devido a estresse, infecções ou alterações hormonais. Em algumas pessoas, o vírus nunca irá manifestar a doença e por isso, essa pessoa jamais saberá que tem o herpes. Contudo, um estudo publicado no The Lancet [1] revelou que nos últimos 50 anos, avanços substanciais em nosso conhecimento da biologia molecular do vírus do herpes simples levaram a insights sobre patogênese e manejo da doença.  Assim, os casos tem diminuído bastante.

Artigo médico-científico: The Lancet [1]