Os tempos estão difíceis no fundo do mar: peixes-palhaço estão aceitando compartilhar suas anêmonas, uma situação nunca observada antes

Não está fácil para ninguém! Em tempos que o aquecimento global tem causado o branqueamento dos corais e que o protetor solar usado pelas pessoas tem contribuído para a diminuição dos recifes, um dos peixes mais territorialistas do fundo do mar estão passando a serem menos “egoístas”.

Um novo estudo da Universidade de Tecnologia de Sydney (UTS) na Austrália mostrou que os peixes-palhaço estão compartilhando suas anêmonas quando a “coisa fica preta” e o espaço é limitado. Estes peixes, conhecidos pela sua agressividade territorial tem se mostrado amigáveis com outros do mesmo grupo.  Das várias espécies de peixes-palhaço existentes, aquelas consideradas dominantes passaram a aceitar conviver com espécies subordinadas na mesma anêmona.

Os resultados desta pesquisa são importantes para entender como os peixes estão se comportando diante da degradação do seu habitat, devido à mudança climática e outras ações antrópicas.  “Habitats marinhos estão sendo degradados a nível mundial e, infelizmente, a importância dessa perda não é totalmente compreendida pelas pessoas“, diz Camp, especialista envolvido no projeto.

No entanto, os pesquisadores dizem que este comportamento não afeta de forma homogênea todos os peixes-palhaço. Quando a partilha da anêmona hospedeira acontece, os peixes-palhaço subordinados são levados para a lateral próximo aos tentáculos, enquanto os dominantes desfrutam do meio da anêmona, onde é mais protegido. Contudo, quando há um pequeno número de anêmonas que não suportam a quantidade de peixes, essa situação perde o sentido e os peixes compartilham todos os espaços da mesma anêmona.

peixe-palhaco-nemo

Como se não bastasse a influência climática e humana às comunidades de peixe-palhaço, Carmen Silva, pesquisadora da University of Queensland diz que os filmes “Procurando Neno” e “Procurando Dory” contribuiu com significância para a retirada de peixes-palhaço selvagens do seu habitat natural. Com o lançamento do filme “Procurando Neno” em 2003, causou uma grave queda nas populações dos peixes-palhaço.  “Eu acho que um monte de gente se apaixonou com o Nemo e passaram a deseja-lo em seus aquários. Não há nada errado em ter um peixe marinho em um aquário, mas um monte de gente não se dá conta de que 90% dos peixes vendidos nas lojas especializadas são retirados do meio natural.

Enquanto os especialistas lutam contra a retirada destas espécies de seu ambiente, os pesquisadores observam como eles tem se virado para satisfazer a falta de anêmonas no fundo do mar.

Fonte: sciencealert/  huffingtonpost/ newsroom        
  Imagens: Reprodução/ sciencealert/ portalmelhoresamigos