Vinho tinto mascara o dopping? Cientistas afirmam que os níveis testosterona podem ser mascarados pela bebida.

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Não é novidade casos de atletas em competições nacionais e internacionais (como as Olimpíadas ou a Copa do Mundo) que são pegos em exames de dopping. Dopping é a palavra utilizada para definir o uso de qualquer substância que melhore artificialmente o desempenho do esportista (evitando fadiga, aumentando resistência, a velocidade, etc.). Muitas substâncias são proibidas pela Agência Mundial de Anti-Dopping, e dentre elas encontra-se a testosterona, um hormônio esteroide natural, presente em homens e mulheres (principalmente em homens, conferindo-lhes, dentre outras coisas, o desenvolvimento físico, de pelos e dos órgãos genitais), que aumenta a massa muscular.

No entanto, nem sempre é fácil detectar o uso de substâncias ilícitas, isso porquê há substâncias que mascaram a utilização de outras. Pesquisadores da Universidade de Kingston (Reino Unido), apontam que alguns alimentos e bebidas consumidas no cotidiano podem mascarar a utilização da testosterona. Observando em trabalhos anteriores que o uso de anti-inflamatórios poderia interferir nos exames de dopping, devido a sua ação sobre determinadas enzimas, e que muitos desses medicamentos são provenientes de plantas, resolveu-se estudar como alguns alimentos em particular poderiam estar envolvidos no metabolismo da testosterona. Lembram-se do caso de dopping do lutador Anderson Silva? Pois é, um dos argumentos dele foi o uso de anti-inflamatórios como um fator de interferência em seu exame de dopping. E até a FIFA, maior entidade do futebol, aponta a enorme preocupação com o uso excessivo dessas substâncias por jovens atletas em suas lesões.

Com esses estudos, descobriu-se que o chá-verde, maçã, e principalmente o vinho tinto, possuem uma substância chamada quercetina, que bloqueia a ação de uma enzima de nosso organismo (chamada UGT2B17), responsável por aumentar a excreção de testosterona nos rins. Isso tanto aumentaria a quantidade de testosterona retida no organismo, quanto diminuiria os níveis do hormônio na urina, o que dificultaria a detecção do uso ilícito de testosterona pelos exames de dopping. Como o vinho tinto não é uma substância proibida para os esportistas, estuda-se agora o que poderá ser realizado quanto ao caso. No entanto, até então, os resultados foram obtidos apenas em experimentos de laboratório, sendo necessário ser realizado testes em seres humanos para determinar tais efeitos nas pessoas.

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Pois é, parece que as questões relativas ao dopping vão ficar ainda mais complexas, e talvez novas regras tenham de ser criadas. E o dopping vai além de uma questão de regras impostas para os atletas. Em primeiro lugar, o uso de muitas substâncias para melhorar o desempenho esportivo é prejudicial à saúde. Não somente isso, mas trata-se de uma questão de ética e boa conduta aprender a superar os desafios e seus concorrentes de forma justa, apenas com o esforço próprio. Por isso, quem aí usa anabolizantes e outras substâncias para “crescer”, aprenda: cresça e apareça por si mesmo, e cuide da sua saúde física e moral.

Fonte: isaude/fat-new-world/ brasilescolandigesportesgazetadopovo
    Imagens: Reprodução/ oestadoce/ saojoaquimonline