Fungo descoberto em pesquisa sobre castanhas-do-Brasil pode ser o mais novo bactericida encontrado

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A Bertholletia excelsa, conhecida como castanha-do-brasil (ou do pará) possui alto valor nutricional, com altos valores de selênio, proteínas, vitaminas e ácidos graxos insaturados. Apesar de ser um alimento de qualidade, está com sua cadeia produtiva ameaçada pela contaminação de micotoxinas com potencial cancerígeno.

Diversas pesquisas buscam uma forma entender como evitar a contaminação das castanhas por espécies de mofo ou bolor que produzem essas substâncias tóxicas. Em uma dessas, pesquisadores encontram um resultado inusitado: uma nova espécie de fungo, o Penicillium excelsum, fungo do mesmo gênero de onde se extraiu originalmente a penicilina.

A espécie P. excelsum foi isolada a partir de amostras coletadas no Amazonas e no Pará, sendo detectado em quase todo o ecossistema das castanheiras. Ele estava presente em amostras de folhas, de cascas, de castanhas, dos ouriços, nas flores e no solo, se propagando por todo o ambiente.

Para isolar a nova espécie, mais de 200 amostras foram coletadas, colocadas em placas de vidro com meio de cultura apropriado e deixadas por cinco dias em estufas à temperatura de 25 graus. Após a formação de colônias pelo fungo, foram utilizados estudos moleculares realizados por Maria Helena Fungaro, na Universidade Estadual de Londrina, e por Jens Frisvad, na Universidade Técnica da Dinamarca. A descrição final da nova espécie foi feita por John Pitt, no CSIRO Food Nutrition, a agência de pesquisa científica de alimentos da Austrália.

Diversas espécies de fungos do gênero Penicillium produzem antibióticos que têm a propriedade de combater infecções causadas por vírus, bactérias e outros fungos. Para a nova espécie, no entanto, não se sabe ainda se produz alguma substância metabólica de interesse para a indústria farmacêutica.

Fonte: embrapaagencia.fapesp Imagens/ Reprodução/agencia.fapesp