Sobre suplementos de vitamina D, médico americano alerta: “não gaste seu dinheiro”

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Com o perdão do trocadilho, mas se você ainda estava “digerindo” aquela história das cápsulas de Ômega 3, então ouça mais essa. Um médico americano, que não somente recomendava pílulas de vitamina D para seus pacientes como era ele próprio um consumidor “de carteirinha” delas, iniciou casualmente uma pesquisa para o seu livro sobre mitos da alimentação e… descobriu que estava cometendo um grave erro.

Como todos ou pelo menos a maioria sabe, a vitamina D faz parte daquele grupo de vitaminas essenciais, ou seja, que só podem ser obtidas através de fontes externas, sendo a alimentação a mais comum da maioria delas. No entanto, a vitamina D destaca-se entre as outras pelo fato de que, embora também possa ser obtida em parte pela ingestão de alguns peixes e outros alimentos enriquecidos, sua fonte mais proeminente encontra-se ao alcance de [quase] todos: pelo menos 80% da produção (ou síntese) de vitamina D no organismo é ativada à partir de uma exposição moderada ao sol.

Médicos como Tim Spector, professor de Epidemiologia Genética em Londres, têm receitado suplementos de vitamina D especialmente a pacientes com osteoporose e outras doenças ósseas com o propósito de elevar a taxa de cálcio, já que manter o controle sobre esta  é a principal função desta vitamina. O problema é que estudos feitos em mais de 2000 pacientes australianos têm revelado efeito diretamente reverso, quando a suplementação aumenta ainda mais os riscos de fraturas, ao invés de reduzi-los.

 

A razão deste efeito indesejável está na forma antinatural como a vitamina está sendo provida ao organismo. Pode parecer redundante, mas é preciso que fique claro: suplementos não são alimentos. A forma como o corpo os encara é totalmente diferente. E se em sua fisiologia natural, o corpo sintetiza as vitaminas de forma lenta e coordenada, os suplementos imitam esse processo de uma forma tão brusca, que perturbam os sistemas, elevando as taxas de vitamina D bem acima de seu nível ótimo (quantidade ideal). E você sabe: a diferença entre veneno e remédio está na dose, e o excesso pode ser tão perigoso quanto a falta, o que é bem verdade nesse caso, já que essa sobrecarga é um risco não só aos ossos, como ao sistema imunológico e ao coração.

Influenciadas por celebridades, que muitas vezes chegam ao cúmulo de tomar injeções de vitamina D, mesmo pessoas que demonstram extrema aversão aos remédios convencionais (ou alopáticos), não veem problema algum na suplementação. Afinal, “é uma vitamina, não? Que mal há?”. O mal é “comprar gato por lebre”. É investir tanto numa ideia que, segundo especialistas, simplesmente não funciona. E se antes Tim Spector não apenas investia, como recomendava essas soluções da vida moderna, hoje o seu repertório é bem diferente: “Os bilhões que gastamos nesses produtos deveriam ser gastos em tratamentos médicos apropriados e as pessoas deveriam ser educadas a tomar banhos de sol e consumir uma boa variedade de comida de verdade.

Fontes: sciencealert/