Quero deixar bem claro aqui, que quando dissemos “sapos” estamos nos referindo também às rãs e pererecas. Isso é errado? Sim, para nós biólogos existe uma grande diferença entre estes três grupos de anuros (sapos, pererecas e rãs), mas, para a maioria das pessoas que não são conhecedoras, no final tudo é sapo. Torna-se uma forma mais fácil de passar a informação. Assim, os “sapos” a que nos referimos no texto, na verdade podem ser rãs ou pererecas. Se você quer saber a diferença entre estes três grupos leia o texto: Sapo, perereca e rã, qual a diferença?
1.Sapo-de-musgo
Sapo-de-musgo do Vietnã (Theloderma corticale), por viver em ambiente que tropical e úmido, este pequeno sapo desenvolveu uma fabulosa camuflagem em sua pele que lhe permite esconder-se quase totalmente de predadores e misturar-se com o ambiente de musgo circundante. Quando ameaçado, ele se enrola em uma bola e se finge de morto. Êle é encontrado no norte do Vietnã e possivelmente na China. Seus habitats naturais são subtropicais ou tropicais úmidas de baixa altitude florestas, úmido tropical ou subtropical de altitude florestas, brejos de água doce, pântanos de água doce intermitentes e áreas rochosas. É uma espécie semi-aquática, semi-arborícolas que está ameaçada por perda de habitat. É insetívoro e come grilos, gafanhotos, baratas, vermes-de-cera, traças e moscas.
2. Perereca-de-vidro
São chamadas de rãs, perereca, ou sapos de vidro (glass frog, em inglês). Na verdade são pererecas da família Centrolenidae em que as espécies são caracterizadas por apresentar a cor verde claro e a pele é quase totalmente transparente, principalmente na região ventral. Os órgãos internos, como intestinos, coração e fígado podem ser vistos através da pele por isso elas são chamadas de pererecas de vidro. São pererecas geralmente pequenas variando de 3 a 7,5 cm de comprimento. São geralmente espécies de hábitos noturnos e se alimentam de invertebrados, principalmente insetos, e tem como predadores as aranhas e serpentes. Um dos gêneros mais conhecidos de pererecas de vidro é o Hyalinobatrachium em que várias espécies ocorrem no Brasil.
3. Sapo Arlequim
Natural da Costa Rica, o Sapo Arlequim (Atelopus varius) comumente conhecido como sapo palhaço, possui uma coloração aposemática que provavelmente serve como um aviso aos potenciais predadores da toxicidade do sapo, que possui tegumento contendo tetrodotoxina, uma potente neurotoxina. É uma rã neo-tropical que já teve ampla difusão em toda a Costa Rica e Panamá. A espécie está listada como criticamente em perigo e atualmente encontram-se alguns exemplares principalmente no Panamá. Existem muitos fatores que levaram ao desaparecimento da espécie, incluindo mudanças na qualidade do ar, temperatura, precipitação, padrões de fluxo de água, a disseminação de um fungo mortal .
4.Rã-golias
Conraua goliath é uma espécie africana de anfíbio anuro, é encontrada numa área restrita compreendendo regiões dos Camarões e Guiné Equatorial. Pode medir até 40 cm e pesar 3 kg (nooooossa!!). Mas moradores daquela região relatam a existência desses animais ainda maiores com o dobro do peso, mas sem nenhum registro científico que comprove. De qualquer forma, esta espécie é o maior anuro existente no mundo. As rãs Golias (como também são chamadas), possuem uma capacidade de salto impressionante, podendo saltar cerca de 3 metros de uma só vez (queria muito ver isso!), mas devido ao seu peso, elas se cansam rapidamente após dois ou três saltos.
5. Sapo Utanha
Ceratophrys cornuta é uma espécie de “sapo untanha” que ocorre na Floresta Amazônica. Também conhecido como sapo-de-chifre-da-Amazônia é um sapo volumoso, medindo até 20 centímetros e são encontrados na parte norte da América do Sul. Ele tem uma boca excepcionalmente grande, e tem projeções parecidas com chifre acima dos olhos. As fêmeas colocam até 1.000 ovos de cada vez, e os envolve em torno de plantas aquáticas . O sapo-untanha possui uma boca grande, capaz de engolir animais de seu tamanho como outros sapos, lagartos e roedores. Os girinos desses sapos devoram uns aos outros (e girinos de outras espécies), logo depois de ser eclodidos.
6. Sapo-de-leite da Amazônia
O Trachycephalus resinifictrix, na verdade trata-se de uma perereca da família Hylidae. Também conhecido como sapos do olho dourado ou sapo-leite-azul, o Sapo-de-leite da Amazônia , esta espécie ganhou seu nome devido a toxina que secreta quando é ameaçado. Ele vive perto de água parada na Amazônia. A espécie cresce entre 6,5 e 10 cm, sendo que as fêmeas são maiores que os machos. Eles são azuis apenas quando ainda filhotes. Quando crescem, mudam de cor.
7. sapo-boi-indiano
O sapo-boi-indiano (Hoplobatrachus tigerinus), conhecido internacionalmente como Indian bullfrog, é um animal endêmico de regiões da Ásia, Paquistão, Afeganistão e Nepal. Apesar de ser conhecido mundialmente como “sapo”, o animal, na verdade, é uma grande rã. A característica mais marcante da espécie, e que a rende um status muito popular, é a capacidade dos machos de mudarem de cor na época da reprodução. Normalmente, os machos da espécie possuem tons de marrom. Além da mudança temporária para o amarelo, seu saco vocal fica com um tom forte de azul. As mudanças são para chamar a atenção da fêmea para o acasalamento.