“Por que os coelhos, hamsters e ratos fazem cocô em forma de bolinhas ou pequenas esferas?” (Niandra Barbosa)
Niandra, esses animais, assim como todos os herbívoros não ruminantes, possuem um sistema digestivo todo adaptado para ingerir os vegetais, que são ricos em fibras. Digerir vegetais e suas fibras é um desafio para esses animais, pois para ter acesso aos nutrientes é preciso quebrar primeiro a parede celular das células vegetais, mas os herbívoros (assim como todos os animais superiores) não possuem enzimas para isso. Quem faz o trabalho para eles são microrganismos que vivem em seus intestinos e para aproveitar bem a pouca energia vinda dos vegetais, contam ainda com câmaras fermentativas no sistema digestivo.
O formato das fezes se deve a contrações rápidas por todo o intestino, que moldam e misturam continuamente o material fecal. As partículas maiores chegam ao cólon (última parte do intestino grosso do animal), perdem o resto de água que possuíam e são rapidamente eliminadas como bolinhas secas, ricas em restos de fibras insolúveis. Coelhos apresentam ainda uma diferença exclusiva e interessante (e levemente nojenta).
Os coelhos produzem dois tipos de fezes: duras e moles. As moles quase não são vistas porque eles as comem diretamente do ânus! Não se trata de coprofagia (ato de comer fezes) e sim de cecotrofia, que é o ato de ingerir cecotrofos. Esses são produzidos no ceco (parte do intestino grosso onde está o apêndice) onde o conteúdo passa algumas horas sob ação bacteriana, sendo eliminados depois das fezes duras. A cecotrofia é muito importante para aumentar a utilização da proteína e matéria seca contidas no alimento. A composição e quantidade de fezes duras e moles depende da dieta do animal. Numa dieta pobre em fibras a cecotrofia é reduzida influenciando na saúde do bichinho, que depende desse processo.
Fonte: coelhoecia e ebah