Limão roxo? Cientistas americanos produzem nova variedade de limão, mais resistente e nutritiva

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Clonagem, transgênicos e toda forma de manipulação genética são questões polêmicas e que há anos vem fazendo parte de discussões intensas nas mídias, na política e em vários setores da sociedade. Os Organismos Geneticamente Modificados (OGM’s), são organismos cujo o material genético foi modificado de alguma forma, com o intuito de “melhorar” algum aspecto. Cabe lembrar que todo transgênico é um OGM, mas o contrário não é verdade, pois um transgênico se trata de um organismo que foi submetido a uma técnica de inserção de trecho(s) de DNA de outra espécie, enquanto um OGM passou por técnicas que modificaram seu próprio genoma, sem inserção de outro tipo de DNA.

A utilização de técnicas de engenharia genética na agricultura, por exemplo, tem como um dos principais objetivos tornar uma determinada espécie de planta mais resistente a pragas ou melhorar suas qualidades nutricionais. Com esse intuito, pesquisadores da University of Florida Citrus Research and Education Center modificaram o código genética de uma variedade de limão, tornando-o mais resistente a pragas, saudável e de quebra dando-lhe um novo aspecto: uma tonalidade roxa. Esse tom roxo veio a partir da inserção de genes de uvas roxas e laranjas-de-sangue, sendo esta última pouco conhecida no Brasil, mas muito estudada no mundo inteiro por sua propriedade de retirar impurezas do organismo, evitando o risco de doenças.

Ao inserir o gene dessas frutas no limão, os cientistas conseguiram a proeza de criar uma variedade da fruta que produz suas próprias antocianinas, pigmentos vegetais importantes na dieta humana devido ao seu poder antioxidante que ajuda a prevenir doenças cardiovasculares, cancerígenas e neurodegenerativas. Com essa modificação genética observou-se também que houve mudanças nas folhas e caule das plantas, mas nada foi comentado pelos pesquisadores sobre o sabor da fruta.

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Essa descoberta pode ser uma grande aliada aos problemas na produção de cítricos da Florida (EUA), que na temporada 2015/2016 teve seu pior índice em 50 anos, devido a uma doença provocada por bactérias, que causa a queda prematura dos frutos. Além disso, a produção dessa nova variedade de limão supriria também o problema climático, pois cítricos como a laranja-de-sangue precisam de climas menos úmido, com temperaturas noturnas mais frias para crescer, o que não é o caso da Flórida e de muitas outras regiões do mundo. Assim, algumas espécies que pouco são produzidas em determinadas regiões por causa de fatores climáticos, poderiam ser produzidas com a ajuda da manipulação genética.

No entanto, as mesmas perguntas de sempre ficam: Quais os efeitos desses organismos modificados geneticamente ao longo do tempo? Esses alimentos seriam seguros para o consumo? Teriam algum efeito para a saúde humana? Causariam impactos ambientais? Só o tempo, e mais pesquisas, poderiam nos dizer…

Fonte: cgmjornalciencia/ agricultura/canalruralufrgs/ 
  Imagens: Reprodução/jornalciencia/gizmodo /