Japão antigo: A vida das gueixas ao longo da história

A vida de uma aprendiz de gueixa desde o passado até hoje, é bastante regrada.

A gueixa exibe um tipo de sensualidade silenciosa e cheia de segredos bem guardados a sete chaves.

Seus lábios vermelhos em forma de coração e sua pele branca carrega mistérios que até hoje intrigam todas as culturas.

Sua postura é elegante, passiva e recatada, ao mesmo tempo, extremamente sedutora. Mas, o que você sabe sobre elas?

Neste texto vamos contar como era a vida dessas mulheres e todo mistério em volta da sua existência.

As gueixas são mulheres especiais da sociedade japonesa que se dedicam às artes e à preservação das tradições do país.

Ela se especializa em canto, dança, música e poesia para oferecer à elite local sua companhia culta e sofisticada em festas e recepções.

Gueixas são parte fundamental da cultura japonesa desde o final do século 17.

A profissão de gueixa se tornou oficial no Japão no século 18, mas suas origens remontam muito mais tempo.

Na verdade, você precisa voltar ao Japão medieval para conhecer a real origem dessas mulheres.

No século 8 havia mulheres que faziam o papel de dançarinas do imperador Kammu. Essas mulheres dançavam e faziam orações budistas.

Logo tiveram uma conexão mais íntima com seus clientes que eram nobres e guerreiros da corte de Kiôto.

Alguns séculos mais tarde, surgiram mulheres que trabalhavam como mestres em cerimônias de chá, atuando como dançarinas e artistas.

Neste tempo, na cultura japonesa, a mulher ideal era uma mãe que cuidava da casa e dos filhos. Para o prazer carnal, os homens procuravam por cortesãs.

Assim, por volta do século 16,  surgiram os “quarteirões do prazer”, onde somente ali as mulheres poderiam oferecer seu corpo em troca de dinheiro.

Estes locais rapidamente se tornaram centros de entretenimento glamorosos, oferecendo mais do que relações carnais.

As cortesãs altamente talentosas destes distritos entretinham seus clientes, dançando, cantando e tocando música.

Mas para nossa surpresa, as primeiras gueixas eram homens que dominaram a cultura durante a década de 1730.

Somente duas décadas depois é que as mulheres começaram a assumir a profissão. Nesse período, o governo japonês introduziu regras sobre serviços carnais autorizados.

Assim, uma lei de 1799 definiu que uma gueixa não tinha o direito de oferecer serviços carnais, isso era reservado às meretrizes.

Como se era de esperar, a proibição de oferecer o corpo, não impediu a prostituição das gueixas.

As gueixas se multiplicaram rapidamente nos salões de chá misturando entre o entretenimento e os prazeres.

Perto da virada do século 18 as primeiras artistas desses locais passaram a ser definitivamente conhecidas domo “Gueixas”.

Nos séculos 18 e 19 o papel das gueixas era ambivalente: Elas tinham um grande status na sociedade, mas, ao mesmo tempo não eram consideradas mulheres respeitáveis.

Apesar de algumas gueixas realmente se tornarem amantes de seus “dannas”, não é correto confundi-las com prostitutas de luxo.

O “danna” é uma espécie de patrocinador, que banca o elevado custo de treinamento dessas mulheres. Eles existem até hoje.

As gueixas têm existência muito independente e participam ativamente da vida social e sem terem as preocupações familiares das mulheres comuns, pois não costumam se casar.

A vida de uma aprendiz de gueixa desde o passado até hoje, é bastante regrada. Há um treinamento rigoroso para que elas desempenhem com perfeição sua função.

Basicamente, a missão delas é a mesma desde o século 18: transformar reuniões profissionais ou sociais de homens poderosos em momentos extremamente agradáveis.

Consideradas um marco da cultura tradicional japonesa, elas ficam ofendidas ao serem confundidas com cortesãs.

Para não haver enganos, amarram seus quimonos nas costas (as profissionais do sexo amarram na frente).

TROCA DE FAMÍLIA

No século 19, as garotas costumavam ir para a casa de treinamento das gueixas com 6 anos de idade.  Hoje, vão por volta dos 15.

Lá, se tornam maikôs ( ou seja, aprendizes) e ganham outro nome, diferente do nome de batismo.

TRABALHO DURO

Na casa das gueixas, as aprendizes fazem as tarefas domésticas e têm duas folgas mensais.

Por quatro ou cinco anos, estudam diariamente instrumentos japoneses, canto, dança, línguas e até política internacional.

CHÁ COM CERIMÔNIA

As aprendizes também aprendem a falar e a andar graciosamente – equilibrando-se sobre altos tamancos de madeira.

Há ainda ensinamentos sobre como servir bebidas delicadamente, sem molhar a manga do quimono.

PENTEADO E PINTURA

Elas levam horas fazendo o penteado e, para não desmanchá-lo, dormem sobre um tijolo de madeira.

As próprias moças produzem a tinta branca para pintar rosto, ritual que consome pelo menos uma hora diária.

SER ABSOLUTAMENTE DISCRETA

As gueixas devem fazer de uma reunião um sucesso. São contratadas por homens que querem fazer negócios e se divertir.

O código de ética exige a confidencialidade. Nada do que escutam pode ser comentado.

DUAS HORAS DE TRABALHO

Uma sessão com animação de uma gueixa custa, em média, 6 mil dólares.

O tempo de serviço é de 2 horas, onde ela permanecerá servindo bebidas e comidas, além de canto, dança e conversa agradável, mas… nada de intenções carnais.

As gueixas marcam o tempo do serviço com a ajuda de um incenso que queima em duas horas.