Iogurtes, biscoitos, sorvetes, sucos de caixinha: sabia que você anda comendo corante alimentício feito com insetos triturados?

A entomofagia se refere a alimentação à base de insetos, uma prática muito comum nos países asiáticos e que mesmo apresentando diversas vantagens nutricionais, a maioria das pessoas costumam rejeitar essa ideia por a considerarem nojenta. Mas e se eu te contasse que essa realidade não está tão distante assim do nosso dia a dia?

Como já foi abordado em um outro texto daqui do Diário de Biologia, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) permite a presença de matérias estranhas (ingredientes que não façam parte do produto), ou seja, por mais que durante a fabricação e manipulação do produto exista o máximo cuidado, é muito provável que ainda assim exista algum vestígio de um inseto, por exemplo, e tanto eu quanto você estamos consumindo sem nem ao menos notar.

Mas, vamos partir para o assunto de corantes naturais. A cochonilha é um inseto considerado como uma praga de jardim que apresenta a cor branca. Dela é extraído o corante carmim, a partir de um processo com o corpo seco da fêmea. Esse corante é considerado natural por ser retirado de um inseto (Dactylopius coccus). Dos produtos que utilizamos diariamente podemos incluir alimentos (iogurte, biscoito, sorvete), tintas, roupas e cosméticos.

O corante cochonilha é conhecido e utilizado desde a antiguidade clássica, tendo sido também utilizado pelas civilizações asteca e maia. Ainda que muitos consumidores não saibam que a expressão “corante natural” se refere à tinta derivada deste inseto, ou pelo menos ao vermelho-escuro deste. O corante não é tóxico ou cancerígeno como muitos outros corantes vermelhos artificiais. No entanto, há evidências de que uma pequena porcentagem de pessoas, quando exposta à cochonilha, possa ter uma reação de choque anafilático.

Fontes: vestr/oglobo/super/jorniencia    Imagens: super/avegetaria