A cada 5 mil mulheres, uma nasce com os ovários, mas sem o útero. Isso significa que estas mulheres jamais poderiam sonhar em gerar um filho. Afinal, não existe nada mais “mulher” do que a capacidade de desenvolver e dar à luz a um bebê. Mas muitas estavam impossibilitadas, até agora.
A Cleveland Clinic dos EUA anunciou que está desenvolvendo uma técnica cirúrgica capaz de transplantar o útero temporariamente. Os especialistas acreditam que serão capazes de implantar com sucesso o órgão em mulheres que não o possuem ou nos casos em que ele apresenta algum problema.
Obviamente, a mulher que passar pelo procedimento se submeterá a uma cirurgia arriscada e deverá tomar durante um bom tempo medicamentos contra rejeição e ainda passará por uma gravidez considerada de risco. Por isso, os especialistas estão considerando este como um transplante temporário: depois de no máximo duas gravidezes, o útero implantado seria retirado, e a mulher poderia parar com a medicação.
Neste momento, 8 mulheres já passaram por uma triagem como candidatas ao procedimento. “Elas são informadas dos riscos e dos benefícios, além de terem um tempão para pensar sobre isso. Nosso trabalho é tornar o transplante o mais seguro e bem-sucedido possível”, explicou o médico Andreas Tzakis ao jornal The New York Times , que está por trás da novidade.
Homens grávidos
Com a novidade da técnica, a hipótese de que homens poderiam receber um útero transplantado e gerar um filho já foi levantada. E, para nossa surpresa, os especialistas explicaram que sim, isso seria possível!
Obviamente, que o procedimento seria ainda mais complexo e a princípio, seria mais indicado a mulheres transgêneras, ou seja, que nasceram em um corpo masculino e já estão em processo de adequação de gênero. A complexidade estaria na necessidade de criar um canal vaginal e remodelar toda a estrutura da pélvis para preparar o corpo para a gestação. Ao mesmo tempo, seria preciso fazer uso de bastante medicamentos de regularização hormonal para que o corpo suporte as mudanças que ocorrem durante a gravidez.
Nesta cirurgia, em qualquer um dos casos (mulheres, transgêneras e até homens), somente o útero seria implantado, não teria a ligação com as trompas de Falópio. Por isso, a fertilização seria in vitro, com posterior implante do embrião. Todo o procedimento seria bastante oneroso, complexo e cansativo!
Fonte: nytimes/ megacurioso/ Imagens: Reprodução/ superpride/ megacurioso