SINTOMAS DE ENXAQUECA: aprenda a identificar se a dor de cabeça é enxaqueca

340
sintomas da enxaqueca

Os sintomas da enxaqueca podem comprometer a vida social e profissional dos brasileiros, impactando diretamente o dia-a-dia de qualquer pessoa.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 15% da população do Brasil sofre com este tipo de cefaleia.

Sabe-se ainda que uma boa parte dos pacientes relata ter suas atividades diárias comprometidas em função dos sintomas da enxaqueca.

Apesar da relevância, a doença é muitas vezes negligenciada por ser confundida com uma dor de cabeça simples.

Consequentemente os seus sintomas podem ser mascarados pelo uso excessivo e paliativo de analgésicos.

Quais são os sintomas da enxaqueca?

Não existem exames laboratoriais ou de imagem que sejam conclusivos no diagnóstico da patologia.

Portanto, os sintomas da enxaqueca são peças-chave no diagnóstico da doença.

A consulta com um neurologista deve contar com uma espécie de entrevista detalhada que, além dos sintomas, deve abordar seu estilo de vida e histórico familiar.

Fazem parte dos sintomas diagnósticos de enxaqueca:

  • Dor de cabeça prolongada (4 a 72 horas seguidas).
  • Dor de cabeça pulsátil (latejante) normalmente em um dos lados da cabeça.
  • Náuseas acompanhadas ou não de vômito.
  • Desconforto com claridade, barulhos ou odores.
  • A crise de enxaqueca também pode ser precedida por aura.

É importante que os sintomas da enxaqueca não sejam ignorados, principalmente se a necessidade de analgésicos é rotineira.

De acordo com Sociedade Brasileira de Cefaleia, o uso de mais de dez analgésicos no período de um mês já é um sinal de alerta.

 Como é a dor da enxaqueca?

A dor de cabeça que ocorre durante uma crise de enxaqueca é do tipo pulsátil e unilateral.

Isto significa que o paciente tem a sensação de que a cabeça está “latejando”.  Fisiologicamente essa sensação explica-se pelo fluxo rápido de sangue passando nos vasos sanguíneos que estão muito sensíveis em decorrência de inflamação.

Todo esse processo é desencadeado por desequilíbrio nos neurotransmissores do sistema nervoso.

O que é enxaqueca com aura?

A OMS tem uma classificação para os tipos de enxaqueca.

Entre as mais comuns estão a enxaqueca sem aura, a enxaqueca com aura e a enxaqueca crônica.

O primeiro tipo é o mais frequente e apresenta os sintomas de enxaqueca clássicos como: dor latejante em um dos lados da cabeça, náusea e vômito que pioram com o esforço físico.

O segundo tipo soma aos sintomas clássicos a ocorrência de outros desconfortos que iniciam minutos antes de começar a dor de cabeça.

É comum na enxaqueca com aura o relato de tontura, sonolência, fraqueza e alterações de fala ou visuais.

Estas podem ser imagens brilhantes, visão embaçada e sem foco, flashes de luz, perda parcial do campo visual, imagem dupla ou imagem que flutua.

Por fim, a enxaqueca crônica é caracterizada por dor de cabeça em mais de 15 dias dentro de um mês, por no mínimo três meses.

Este tipo pode ou não ter aura.

O que pode causar enxaqueca?

Enxaqueca, ou migrânea, é uma patologia neurológica multifatorial, o que significa que as crises podem ser desencadeadas por diversos gatilhos internos ou externos.

Tais gatilhos atuam no sistema nervoso desregulando a liberação de neurotransmissores, principalmente dopamina, noradrenalina, serotonina e glutamado.

Em geral, os desencadeadores dos sintomas da enxaqueca são:

  • estresse,
  • sono e alimentação desregrados,
  • jejum prolongado,
  • tabagismo,
  • ruídos altos,
  • odores fortes,
  • claridade excessiva,

Alterações hormonais, como a queda de estrogênio no período menstrual, também podem originar crises.

Esta condição ajuda a explicar porque a enxaqueca ocorre mais entre mulheres. Segundo a OMS, para cada homem com enxaqueca no Brasil, temos duas mulheres com este diagnóstico.

Outro fator bastante relevante é a depressão que pode desencadear a enxaqueca emocional, na qual a pessoa somatiza as emoções afetando a liberação dos neurotransmissores relacionados aos sintomas da enxaqueca.

Diante de tantos fatores possíveis, cabe ao médico, em parceria com seu paciente identificar os principais gatilhos das crises daquele indivíduo especificamente.

Esta conduta permite que o tratamento seja mais eficaz, principalmente no sentido de diminuir a frequência das crises agudas.

O tratamento adequado torna mais amena convivência com a enxaqueca, oferecendo qualidade de vida ao paciente.

Qual a diferença entre enxaqueca e dor de cabeça?

A dor de cabeça que indica enxaqueca costuma ser confundida com uma dor de cabeça simples, a chamada cefaleia tensional.

No entanto, como vimos, os sintomas da enxaqueca são bastante característicos.

A cefaleia comum é esporádica, acomete regiões do crânio que vão além da parte lateral, não é acompanhada de náusea, vômito ou aura.

A dor de cabeça comum pode ser aliviada com analgésicos simples.

Por outro lado, quando o assunto é enxaqueca, a dor de cabeça é recorrente, pode durar muitas horas e, em casos extremos, semanas.

É acompanhada por sintomas característicos relacionados ao sistema neurológico.

Sem tratamento pode evoluir ao ponto de comprometer o cotidiano do paciente.

Como aliviar a dor da enxaqueca?

A Sociedade Brasileira de Cefaleia afirma que o tratamento para a enxaqueca não é trivial. Isso porque as causas são diversas, os medicamentos são caros e com risco de efeitos colaterais.

O tratamento medicamentoso pode causar sonolência, ganho ou perda de peso e queda de cabelo.

Isto dificulta a persistência do paciente no tratamento por tempo prolongado.

Neste contexto, a recomendação é que cada caso seja avaliado por um neurologista especialista em cefaleia.

A partir daí será traçada uma estratégia para aliviar a enxaqueca e prevenir novas crises.

Dentre os fármacos empregados na prevenção de crises estão anti-hipertensivos, antidepressivos e antipsicóticos.

Eles atuam mantendo o equilíbrio dos neurotransmissores.

Associado ao tratamento medicamentoso o paciente pode focar em uma alimentação para enxaqueca.

Neste caso, devem ser evitados alimentos estimulantes como café, chocolate e alguns refrigerantes.

Os alimentos inflamatórios também devem ser restringidos, são eles: doces, comida gordurosa e bebida alcoólica.

Em contrapartida, são recomendados alimentos ricos em:

  • magnésio (feijão preto, espinafre, amêndoa),
  • selênio (castanha-do-pará e fígado de boi)
  • anti-inflamatórios fontes de ômega 3 (azeite de oliva, sardinha, salmão e atum).

Ainda que sejam prescritos medicamentos para o tratamento, em casos menos graves, a dor pode ser aplacada com algum remédio caseiro.

As alternativas mais naturais entram como aliados no tratamento, que não deve ser suspenso sem orientação do médico responsável.

A seguir listamos algumas sugestões de remédio caseiro para a enxaqueca:

  1. Tome banho morno: combate o estresse, uma dos principais gatilhos da enxaqueca.
  2. Faça ioga: o alongamento melhora a circulação sanguínea e alivia a dor.
  3. Faça compressas mornas ou frias na testa com chás calmantes: alfazema e camomila são opções.
  4. Tome água: desidratação causa dor de cabeça e pode iniciar a crise de enxaqueca.
  5. Alimente-se a cada três horas: evita baixa glicêmica, prevenindo a dor de cabeça.

Considerações finais sobre enxaqueca

A enxaqueca é uma doença bastante comum que pode ser controlada.

Porém, quando não recebe atenção adequada para diagnóstico e tratamento apropriado, pode assumir caráter incapacitante.

As causas da enxaqueca ainda não são claras.

Entretanto, é consenso entre os médicos, que o estilo de vida pode ter gatilhos para as crises que gatilhos precisam ser detectados e evitados.

Caso você tenha identificado alguns dos sintomas citados procure ajuda médica para que possa receber a orientação ideal para o seu caso.