Os médicos apontam que a dor na relação pode ser um estreitamento do canal genital que ocorre, normalmente, na menopausa.
Contudo, isso pode ser resolvido com o uso de géis ou tratamentos hormonais orientados pelo ginecologista.
No entanto, de acordo com o Psicólogos Reinaldo Renzi e Carolina Rezende, é possível que a mulher sofra de Dispareunia ou vaginismo.
A Dispareunia é o termo que os médicos usam para expor a percepção de desconforto ou dor, intensos durante e após o ato íntimo.
Decerto, até que o médico faça o diagnóstico exato, ele chamará a dor persistente, contínua e intensa durante a relação, de dispareunia.
A mulher, precisa estar consciente, de que sentir dor durante a relação não é normal.
Todo aparato genital feminino é perfeitamente adaptado para o ato.
Muitas vezes, há envolvido nesta dor, algum problema psicológico, fisiológico e até mesmo anatômico.
Dor na relação: origem psicológica
O psicanalista Sandro Silvério, alertou que a dispareunia psicogênica costuma levar muitas mulheres ao consultório.
Trata-se de uma dor genital de origem psicológica e o prognóstico para esses casos são excelentes.
No entanto, o problema deve ser tratado por profissional ginecologista treinado em Terapia (TS) que faça uso de técnicas comportamentais para a dessensibilização sistemática dos estímulos dolorosos.
De acordo com a Psicóloga Fátima Moura, apesar de muitas mulheres acreditarem que o problema pode ser de ordem psicológica, as dispareunias precisam ter uma atenção especial nas questões fisiológicas.
Deste modo, durante o tratamento médico, é importante um acompanhamento psicológico, pois, muitos casais têm graves desentendimentos quando uma mulher sofre de alguma dispareunia.
De qualquer forma, as causas da dispareunia psicogênica são problemas como:
- Depressão;
- Ansiedade;
- Estresse;
- História de abuso;
- Educação repressora;
- Crença religiosa muito rígida;
- Baixa autoestima;
- Sentimento de culpa em relação à sexualidade;
- Falta de desejo pelo parceiro.
Dor na relação: origem muscular
Em alguns casos, o problema pode estar relacionado a musculatura genital.
A opinião da fisioterapeuta genital Rita Scupino, é que afastadas as causas orgânicas e/ ou psicológicas, que devem ser avaliadas e tratadas por um ginecologista e psicólogo respectivamente, a Fisioterapia Pélvica dispõe de técnicas e recursos que podem te ajudar.
Isso porque, o problema pode ter origem na estrutura muscular da pelve.
Dor na relação: origem fisiológica
Dr. Sandro Silvério, psicanalista alertou que em 60% dos casos de dispareunia em mulheres, as causas são de cunho fisiológico.
Entre as causas mais comuns podemos encontrar:
- infecções,
- tumores,
- traumatismos (como cicatrizes cirúrgicas, por exemplo),
- doenças pélvicas (como a endometriose e outros tumores),
- atrofia genital (causada pela deficiência hormonal),
- cistites,
- doenças dermatológicas (dentre essas podem se encaixar as DST).
Ao mesmo tempo, segundo o Dr. Heitor Paiva, ginecologista, a dor na relação, o ressecamento íntimo e a disfunção são efeitos colaterais que podem ocorrer nas mulheres que realizar a histerectomia.
Mas, e o Vaginismo?
O vaginismo costuma ser uma das principais causas de dispareunia.
Trata-se de uma síndrome psicofisiológica cuja característica fundamental é a contração involuntária, recorrente ou persistente, dos músculos no interior do genital feminino.
Assim, ocorre quando é tentada, prevista ou imaginada a penetração íntima, ou até mesmo o dedo, ou o absorvente interno.
Assim, há nestes casos, uma mistura de problemas psicológicos, fisiológicos e musculares. Ou seja, é uma dispareunia que envolve três vertentes clínicas.
Em relação a essa condição, a Psicóloga Lais Dourado foi bem clara:
“Imagine que não existe uma divisão entre o funcionamento do seu corpo e da sua mente. Eles estão trabalhando juntos. Assim, quando se fala de um vaginismo não orgânico quer dizer que a causa é psicológica, tendo a ver com suas emoções e pensamentos. Seu corpo expressa aquilo que você sente e pensa”, disse.
A Fisioterapeuta Débora Guedes, explicou que essa condição é uma contração involuntária da musculatura genital, que precisa ser relaxada durante a intimidade.
Nesses casos de relaxamento de musculatura e uso de eletroterapia para diminuir a sensibilidade da área, só pode ser feito pelo fisioterapeuta pélvico.
Com isso, tratamento inclui uma combinação de exercícios do assoalho pélvico, exercícios de inserção e com dilatadores do canal genital.