Um exame oftalmológico bem realizado é fundamental para que doenças na visão sejam identificadas precocemente. Em vários casos o tratamento e muitas vezes a cura ainda é possível. Muitos pais ainda não sabem, mas o primeiro exame oftalmológico deve ser realizado ao nascer. Assim, o pediatra mesmo não sendo um especialista já pode e deve realizar os primeiros exames na visão do bebê. Desta forma, ao perceber alguma alteração ou anormalidade encaminhá-lo a um especialista, no caso um oftalmologista. Mas, como é feito o exame de vista em bebês?
O primeiro exame realizado no bebê quando acaba de nascer é o Teste do olhinho ou Teste do Reflexo Vermelho. Este teste, por sinal, é lei em vários municípios brasileiros. Pode, inclusive, ser realizado no Sistema Único de Saúde (SUS) na maioria das maternidades do país. O teste, a saber, baseia-se na percepção do reflexo vermelho que aparece ao ser incidido um feixe de luz sob a superfície da retina. Neste caso, o equipamento utilizado é um oftalmoscópio direto. O exame pode identificar várias doenças graves na visão do bebê. A princípio, doenças como catarata, glaucoma congênito severo, opacidades de meios, tumores intra-oculares, podem ser identificados.
Além de exames externos, histórico familiar, inspeção das pupilas e a medida da acuidade visual (a capacidade do olho em reconhecer dois pontos muito próximos) pode ser feita. Assim, é necessário quantificar a visão em crianças com menos de três anos de idade. Nesta fase da infância, os bebês não podem informar ao oftalmologista o quanto estão enxergando. Por isso, podem ser realizados exames como: O Teste de Teller, Potencial Visual Evocado, Potencial Evocado de Varredura, entre outros.
Testes para bebês e crianças pequenas
O Teste de Teller se baseia em utilizar cartões com listras brancas e pretas feitas sob rigor técnico onde o contraste é sempre o mesmo e obedece a um cálculo matemático denominado “ciclo por centímetro”. Sua finalidade é verificar a observação dos bebês que tendem a olhar mais para uma tela com listras pretas e brancas do que para uma superfície homogênea.
Entre 3 e 5 anos de idade, o melhor método é testar a visão com optotipos isolados (figuras cuja finalidade é medir a acuidade visual) ou identificação de figuras.
Entre 5 e 7 anos o melhor teste será o Teste “E” de Snellen. Nesse caso, a criança deve indicar com a mão para onde estão direcionadas as “perninhas” da letra “E”, o teste pode ser realizado com os dois olhos abertos e um de cada vez. Após os 7 anos de idade, pode medir a acuidade visual conforme realizado em adultos, com as letras.
É claro que todo e qualquer exame deve ser realizado por um especialista na área, um oftalmologista experiente. Isso porque, o resultado do exame deve ser interpretado com clareza e precisão, já que os bebês não podem falar e informar sobre sua visão. Outros exames também podem ser realizados para identificar outras patologias. Dentre eles, temos: exame de motilidade ocular para estrabismo, o exame de refração para prescrição dos óculos. Além disso, a Fundoscopia, fundamental para identificação de tumores como um retinoblastoma. Como sabemos, diagnosticar o retinoblastoma precocemente poderá ser tratado e possui altas chances de cura. E por último, também pode ser realizado uma Tonometria e verificar a pressão do olho para diagnosticar o glaucoma.
A Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (SBOP) sugere que o exame ocular completo nos bebês deve ser realizado a cada 6 meses durante os dois primeiros anos de vida, e após, todos os anos até os 7 ou 9 anos de idade, dependendo das possíveis ocorrências verificadas pelo oftalmologista.
