Coceira vaginal: veja o que pode ser e como resolver o problema

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A coceira vaginal é um sintoma preocupante para qualquer mulher. Assim, qualquer reação diferente no genital feminino já é motivo de preocupação. A coceira vaginal é sem dúvida um os problemas que deixam a mulher mais preocupada. Não é para menos. Esse sintoma pode ser sinal de doenças fúngicas, alergias e até doenças sexualmente transmissíveis. Mas, o que pode ser coceira na vagina? Um dos os problemas que mais preocupa as mulheres. O prurido vaginal ou coceira vaginal é um grande desafio para muitas.

De acordo com o a ginecologista Sheila Sedicias, colunista do site Tua Saúde, o prurido pode acontecer externa ou internamente. Quando a coceira é externa pode ser uma reação alérgica, quando é interna pode ser infecção por fungos ou bactérias. O que é preciso saber, segundo a médica, são os sintomas para encontrar a causa do problema. A mulher precisa examinar a genitália com um espelho para enxergar melhor os sintomas além da coceira.

Prurido vaginal pode ser candidíase

A candidíase  – infecção causada pelo fungo Candida albicans – é, sem dúvidas, a maior causa de coceira íntima na mulher. Isso porque, este fungo é altamente oportunista. Um estudo publicado na revista  Trends in Microbiology (1) pesquisou os fatores de virulência da Candida. De acordo com os autores, a maioria das infecções ocorrem em mulheres imunocomprometidas. Ou seja, se o sistema imunológico da mulher está debilitado por alguma razão, cria-se um ambiente propício para a proliferação do fungo. Contudo, o estudo afirma que há outros motivos para que a mulher desenvolva infecções por Candida albicans. Em alguns casos, as infecções recorrentes são causadas por uma “alternância fenotípica” é acompanhada por alterações na expressão do antígeno.  Em outras palavras, para algumas pessoas, o fungo passa a desligar os anticorpos e por isso cresce livremente.

A coceira vaginal e vulvar é justamente o principal sintoma da infecção. Além de uma coceira interna e externa na região íntima, a mulher irá observar um corrimento branco, tipo leite coalhado, com ou sem mau cheiro. Ao urinar, sentirá dor ou ardor. As dores tendem a se agravar nos períodos pré-menstruais ou ao ter relações.

A transmissão acontece pelo contato com a mucosa lesionada ou através do contato com secreção de pele de pessoas infectadas. Tudo isso, associado ao sistema imunológico deficiente. Apesar de não ser considerada uma DST, vários estudos afirmam que o parceiro sexual, de certo, pode estar transmitindo o fungo. De acordo com um estudo disponível no Scielo (2), a transmissão sexual tem sido citada como fator importante na reincidência da doença. Os homens, não têm sintomas evidentes de que estão infectados. Por isso, podem passar o Candida albicans para suas parceiras facilmente. Assim, em casos de reinfecção, os parceiros sexuais devem ser avaliados devido à possibilidade de serem reservatórios do fungo.

O que fazer: o tratamento pode ser feito com o uso de antifúngicos orais e pomadas para candidíase. Todo este medicamento receitado pelo ginecologista, como Clotrimazol ou Miconazol.

Coceira vaginal pode ser alergia

Algumas mulheres desenvolvem processos alérgicos ao longo da vida. Estes, podem atacar principalmente a região genital que é extremamente sensível e vascularizada, causando o prurido vaginal. De acordo com um “tema de atualização” publicado na Revista Portuguêsa de Imunoalergologia (3), a mucosa vaginal é programada imunologicamente para responder a estímulos alérgicos. A saber, o epitélio vaginal é rico um macrófagos, linfócitos, eosinófilos e mastócitos, células envolvidas no sistema imune.

A causa pode ser o sabonete usada na higienização, o absorvente interno ou externo, papel higiênico ou lencinhos umedecidos. O estudo (3) revelou que os absorventes higiênicos usados durante a menstruação, em especial, possui uma gama de agentes sensibilizantes. Afim de conquistar as consumidoras, a indústria coloca no mercado modelos com maior quantidade de perfume e colas. Isso, é claro, causa uma sensibilização, desencadeando o processo alérgico.

O artigo (3), cita também, a alergia ao látex como um desencadeador de prurido vaginal em decorrência de um processo alérgico. Pode ser causado não apenas por camisinha, mas também por diafragmas e luvas cirúrgicas. Pode-se usar preservativos feitos à base de intestino de carneiro (Lambskin) ou aqueles à base de plistreno (Tactylon). No caso do diafragma, o melhor é optar pelas marcas que oferecem o produto em silicone.

O que fazer: Neste caso é preciso estar atenta ao produto que está usando próximo a região. A troca da marca de absorvente ou lenços umedecidos por modelos mais simples, não perfumados, com o mínimo possível de fitas adesivas. No caso dos absorventes externos, é bom evitar as abas laterais.

Coceira na vagina pode ser produtos químicos

O cloro presente na água do jacuzzi, banheira ou piscina, também poderá causar reações alérgicas na região genital. Isso é muito comum, segundo a médica. A prevenção, segundo a médica, é depois de sair da piscina, também é importante tirar o biquíni. Isso ajudará para que não seque no corpo e permita o crescimento de fungos ou o contato prolongado com cloro. Observar o sabão usado na lavagem das calcinhas é igualmente importante.

No estudo realizado no Hospital Mater Dei de Portugal (3), os autores apontaram os artigos de toillete como fortes causadores de coceira vaginal. Eles citaram sabonetes, perfumes, creme de barbear (usados na depilação íntima) como desencadeadores de dermatite de contato e irritações vaginais inespecíficas.

Coceira vaginal pode ser DSTs

Quando a coceira persiste por mais de 1 semana com o surgimento de outros sintomas, como ardência, corrimento na vagina e mau cheiro. Ao mesmo tempo, o surgimento de feridas na região íntima, é indispensável ir ao médico. Isso porque, esse é também o sintoma de algumas DSTs como a Clamídia, Gonorreia, HPV, Tricomoníase ou Herpes genital, por exemplo.

O que fazer: é muito importante consultar o ginecologista e fazer exames para identificar a causa específica, iniciando o tratamento com os antibióticos ou antivirais mais adequados.

artigos científicos: (1)  (2) (3)