Os cientistas estadunidenses Jeffrey C. Hall, Michael Rosbash e Michael W. Young foram os ganhadores do Prêmio Nobel em Medicina desse ano por suas contribuições sobre a descoberta do ritmo circadiano. O chamado “relógio biológico” foi alvo de pesquisas dos cientistas, que estudaram esse tema com moscas nos anos 80.
A motivação inicial dos cientistas era entender como as plantas, animais e humanos adaptam seu ritmo em sincronia com a rotação da Terra. Essa pergunta somente foi respondida em 1984, quando os pesquisadores provaram que todos os organismos funcionam em um circuito de 24 horas, que é responsável por regular funções vitais como pressão sanguínea, temperatura corporal, taxa de batimento cardíaco, níveis de hormônios, metabolismo, sono e comportamento.
Para entender o ritmo circadiano, os cientistas trabalharam com um gene de moscas posteriormente chamado de Period Gene. Eles encontraram uma proteína que se acumulava durante a noite e aos poucos se degradava ao longo do dia, quando as moscas estavam acordadas e ativas.
A partir disso, entendeu-se melhor como agem os mecanismos de vigília e de despertar, o que também explicou os efeitos do jet lag durante as viagens. As pesquisas que surgiram depois sobre esse tema também ajudaram a encontrar remédios e respostas para doenças como a obesidade e depressão, e também a predisposição a certos tipos de doenças.
Entre os indicados desse ano estavam outras duas descobertas mais recentes. O Crispr, um sistema de edição de genes e um trabalho na área de imuno-oncologia, no qual a rede imunológica do corpo é ativada para combater o câncer sem a necessidade de quimioterapia ou radiação tóxica.
Apesar de serem descobertas muito interessantes, no final, quem levou o prêmio esse ano foi o trio americano, com essa descoberta clássica, fruto de muito trabalho e, segundo eles, de habilidades que se complementavam.