“Nature” publica artigo que garante: Se você não consegue dormir, a culpa está nos seus genes

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Você sofre para cair no sono ou acorda muitas vezes durante a noite? Então, provavelmente, você faz parte daquela parcela de aproximadamente 30% da população mundial que sofre de insônia. E apesar de ser sim, SUPER indicado, que você procure em sua vida os fatores EXTERNOS que possam estar desencadeando o transtorno, é bom você saber: a razão pode estar aí, dentro de você. Estamos falando do seu DNA.

É isso mesmo. Longe de ser apenas um distúrbio com raízes psicológicas ou metabólicas, a insônia também pode ter bases genéticas. Pelo menos, é o que mostra um estudo publicado pela Nature envolvendo mais de 113.000 pessoas. Após perceberem que as queixas de insônia não raramente percorrem os membros de uma mesma árvore genealógica, pesquisadores decidiram investigar uma possível predisposição genética à falta de sono. O resultado foi a localização de, pelo menos, sete genes de risco para a insônia.

O método utilizado nessa pesquisa foi o de estudo de associação de genoma, quando investiga-se os genes de diversos portadores de uma característica em comum, a fim de procurar as possíveis similaridades genéticas que evidenciem uma correlação destes genes comuns com a característica sob investigação. Neste caso, não somente localizou-se os que podem ser os “genes da insônia”, como ainda foram constatadas sobreposições genéticas – ou seja, genes compartilhados – entre insônia e outros transtornos de ordem psiquiátrica, como depressão e ansiedade.

Além disso, também foram constatadas outras sobreposições genéticas com outros distúrbios do sono. O gene MEIS1, recordista nas aparições, também seria frequente nos transtornos dos movimentos periódicos e na síndrome das pernas inquietas. Entretanto, a despeito de todas essas semelhanças, percebeu-se também algumas discrepâncias importantes no comportamento da insônia e de seus mecanismos biológicos entre homens e mulheres, a começar pela taxa de incidência, que é quase 10% maior no sexo feminino.

Vale lembrar que embora costume ser vista como algo corriqueiro, a insônia está longe de ser inofensiva. Além dos efeitos imediatos na disposição física e mental do indivíduo, ela ainda abre portas, a médio e longo prazo, para situações mais graves, como doenças cardiovasculares, diabetes e obesidade, o que torna evidente a importância de pesquisas como essa, que pode ser um marco na forma de encarar e tratar o problema.

 

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