Na antiguidade, médicos faziam “enema de tabaco” nos pacientes para aliviar dores. Ou seja, sopravam fumaça de tabaco no reto da pessoa!

Hoje, o enema (ou clíster) consiste da introdução de água (com ou sem medicação) no ânus para lavagem intestinal, purgação ou administração de medicamentos através de uma sonda retal. Há, até quem faça enema de café, como o casal que já praticou mais de 7 mil vezes. Até hoje, é uma prática muito usada, principalmente para melhorar a qualidade de exames intestinais. No entanto, entre os séculos 17 e 18 os enemas eram usados para quase tudo.

Um enema que foi “supermodinha” nesta época é sem dúvida o enema de fumaça do tabaco. A prática foi utilizada pela primeira vez em vítimas de afogamento, mas tornou-se uma forma popular para tratar desde resfriados até dores de cabeça, de estômago, cólicas e, ironicamente, problemas respiratórios. A ideia era que a fumaça do tabaco aquecia o corpo e fazia com que a respiração de alguém fosse normalizada.

O tratamento foi considerado pelas sociedades humanas como tão importantes como a respiração artificial que temos hoje em dia. Ou seja, se você o paciente parava de respirar, a primeira ação do médico era empurrar um tubo até seu reto e começar a bombear a fumaça do tabaco em seu corpo.

Funcionava assim: Logo no início da prática, os médicos literalmente tragavam um cigarro grande, como um charuto, e sopravam através de uma mangueira que era introduzida no ânus do doente. Isso, era repetido diversas vezes até que o paciente tivesse leve melhora no quadro. No entanto, isso causava muita tosse nos médicos que vez ou outra caíam doentes e então, foi criado um aparelho, chamado Fole, para fazer este serviço (foto).

Fole (1750-1810), que substituiu o pulmão do médico para soprar tabaco no reto dos pacientes.

A prática foi abolida somente em 1811, o cientista Inglês Benjamin Brodie provou que a nicotina era um poderoso veneno para o coração, pois a substância poderia interromper a circulação sanguínea dos animais, com isso o uso de enemas de tabaco passou a diminuir até a ter o seu fim no século XIX.

Fonte: listverse / bcmj  Imagens: fz3C8 /