Técnico em hematologia injeta sangue com HIV no filho para não pagar pensão alimentícia. Mas o menino não morreu e já convive há 25 anos com a Aids

Jackson tinha 11 meses quando, durante uma internação hospitalar por causa de uma asma, o pai, Brian Stewart, técnico de hematologia, aproveitou uma saída da mãe do quarto para injetar o vírus na corrente sanguínea do filho. Como trabalhava em um laboratório de hospital, o homem tinha acesso a amostras sanguíneas infectadas.

Quando tinha 5 anos de idade, Jackson foi internado em um hospital de St. Louis, nos EUA com febre alta, fígado inchado e fungos debaixo das unhas. O quadro clínico da criança sugeria que ela corria seríssimo risco de vida. Foi praticamente no desespero que os médicos fizeram um exame de sangue mais detalhado, bem como um hemograma completo, descobriram que Bryan Jackson tinha HIV.  Os médicos deram, então, apenas cinco meses de vida para o menino. Eles temiam não apenas os efeitos da doença, mas do coquetel de remédios que ele precisava tomar para tentar mantê-la sob controle.

Hoje, aos 25 anos, ele não apenas tem a doença sob controle como se transformou em palestrante motivacional e criou uma ONG, a Living With Hope (Vivendo com Esperança), para promover maior compreensão sobre a doença e estimular mais solidariedade com portadores do vírus. Jackson tem sequelas na sua audição foi severamente afetada e prejudicou sua fala.

A rotina médica do jovem já não envolve mais andar com sondas pelo corpo, como nos tempos de escola. As 23 pílulas diárias hoje são apenas uma, embora de três em três meses ele precise ir ao médico para checar seu sistema imunológico. Através da religião conseguiu perdoar o pai, que foi condenado à prisão perpétua em 1998.

Agora, o maior sonho do jovem é ser pai. Ele explica que existe uma técnica conhecida como “lavagem de esperma“, que separa os espermatozoides do fluido seminal e permite que pais soropositivos tenham filhos sem infectar as parceiras. A inseminação é artificial. Vamos torcer por ele!

bbc