Padrão de beleza: veja como o corpo da mulher “perfeita” mudou em 100 anos

Conceitos de beleza são flexíveis e se alteram com o tempo. O que em um ano é considerado bonito, seja na moda, na decoração da casa ou nos modelos de carro, no outro pode ser visto como cafona. Há quem diga que nos anos 80s usam ombreiras enormes eram o high top da moda entre homens e mulheres. O mesmo acontece com a visão de beleza do corpo feminino, assim como o penteado e roupas que elas usavam.

Em alguns casos, o contraste entre as décadas é chocante, enquanto em uma década ter curvas e seios fartos eram sinônimo de sexualidade, na outra ter um corpo infantilizado sem curva era tudo de bom. De forma brusca a mulher considerada maravilhosa em uma década perdia esse status poucos anos depois.

 

1910 – A Gibson Girl

Ícone de beleza: Camille Clifford

Desde 1910 os paradigmas de beleza tornaram-se quase impossíveis de serem atingidos. A mulher ideal deve ser alta e magra, mas ao mesmo tempo ter seios e quadris volumosos. Para tornar essa silhueta real, as mulheres usam e abusam do espartilho. As mulheres dessa época eram chamadas de Gibson Girls em referência a uma gravura de Charles Dana Gibson, que representa quatro mulheres com silhuetas perfeitas para a época, vestidas com trajes de praia.

1920 – La garçonne

Ícone de beleza: Louise Brooks

Os anos 20 mudaram completamente a moda. A mulher continua magra, mas sua aparência deve ser a mais andrógina possível. Nada de quadris, nem seios fartos e uma silhueta mais masculina possível. Essa mudança se percebe também no comportamento geral. A mulher dos anos 20 não hesita em se auto-afirmar. Ela fuma, bebe, se veste de forma leve, dirige seu carro e não titubeia em mostrar seu bronzeado. Resumindo, a mulher dos anos 20 tem um comportamento categoricamente moderno.

1930 – A época Mae West

Ícone de beleza: Mae West

Nos anos 30 as mulheres começam a se emancipar e os corpos mais volumosos voltam à cena. As roupas mais justas ajudam a evidenciar as curvas dos corpos femininos. O ícone da época, Mae West, teria, então, declarado: “Cultive suas curvas – elas podem ser perigosas, mas elas não podem ser ignoradas.”

1940 – Os anos da guerra

Ícone de beleza: Ava Gardner

Enquanto a guerra se alastrava, nada mais chocava a população e o look feminino retoma a um ideal mais realista. As medidas aumentam e as roupas ficam mais compridas, porém, as pernas continuam tonificadas. As privações da guerra fazem com que as mulheres tenham outras preocupações do que mostrar e cultuar um corpo perfeito a todo tempo. Logo após o final da guerra, ícones como Rita Hayworth ou Ava Gardner defendiam um corpo que refletisse saúde.

1950- A perfeição das curvas

Ícone de beleza: Marilyn Monroe

Todos os ídolos dos anos 50 possuem um ponto em comum. Marilyn Monroe, Jayne Mansfield, Sophia Loren ou ainda Brigitte Bardot desfilavam corpos esguios, ligeiramente roliço e bustos generosos. É também a época do desenvolvimento dos produtos de beleza. Nessa época poucas mulheres atreviam-se a sair de casa sem estarem devidamente maquiadas e arrumadas. Mas, isso não vai durar muito…

1960- A Revolução Sexual

Ícone de beleza: Jane Birkin

Os anos de revoluções em todos os âmbitos tornam-se a era da mulher graveto. Os quadris são estreitos, as pernas compridas, quase como as mulheres do anos 20. E, sobretudo, os ícones têm um rosto infantil, quase de um bebê. Paralelamente, o movimento hippy nasce, aclamando por um corpo mais normal e cabelos bem longo (abandonados depois de muitos anos).

1970 – A mulher esbelta e atlética

Ícone de beleza: Farrah Fawcett

Nos anos 70 é um corpo atlético que é o desejo das mulheres: musculoso – mas não muito, bronzeado e deixando os cabelos livres. Farah Fawcett é a modelo perfeita dessa mulher dos anos 70. Na realidade, os anos 60 e a época da mulher graveto fizeram alguns estragos na população feminina. Inúmeras mulheres não mediram esforços para se parecerem com seus ídolos. Os anos 70 querem mudar esse panorama.

1980 – A continuidade

Ícone de beleza: Jane Fonda

Dando continuidade aos anos 70, o corpo atlético continua a ser o mais apreciado. Para isso não é necessário morrer de fome. Para manter um corpo magro e braços tonificados é preciso apenas praticar esportes! Os exercícios aeróbicos de Jane Fonda foram vendidos milhares de exemplares. Todavia, a tendência por uma magreza bem acentuada ainda continua em alta. Nessa época cerca de 60% das modelos da Playboy pesavam 15% a menos do peso recomendado para a sua altura.

1990 – A mulher ultra magra

Ícone de beleza: Kate Moss

As campanhas de publicidade dos anos 90 mostram mulheres extremamente magras. É a tendência intitulada “heroína chique”: uma pele pálida, traços angulares e um fino esqueleto. Essa tendência não se propaga ao longo dos anos. Por outro lado, outras mulheres defendem a magreza extrema, porém com seios muito grandes. Pamela Anderson é o exemplo perfeito.

2000 – A mulher poderosa

Ícone de beleza: Britney Spears

Esta década valorizou músculos abdominais à vista e bronzeados falsos. Christina Aguilera e Britney Spears representam a década. O importante é ter um corpo magro, mas tonificado e músculos visíveis. Nesta mesma década as modelos da Victoria’s Secret, e particularmente Gisele Bündchen, também se tornaram ícone de beleza.

2010 – O importante é a bunda

Ícone de beleza: Kim Kardashian

Enquanto a anorexia continua a fazer vítimas, o modelo de corpo ideal sofre uma reviravolta de 180º. A silhueta volumosa está de volta. Mas atenção: a barriga deve ser “tanquinho” e os seios generosos. A bunda avantajada é pela primeira vez um ponto extremamente importante na silhueta feminina. No entanto, as nádegas devem ser minimamente musculosas, para não dar impressão de ser gordura. Não são coisas tão fáceis…

Fontes: ohmymag / hypescience / boredpanda
Imagens: Reprodução/ boredpanda