“Suar durante a febre é um sinal que ela está melhorando? Qual a relação do suor com a diminuição da febre?” (Adreille)
Olá Adreille, sabia que essa relação de suor e febre está tão interligada que há muito tempo atrás nossas avós já diziam: “Se começar a suar a febre está saindo”. Pois bem, essa afirmação é verdadeira e não somente isso, o suor ajuda na termoregulação, ou seja, manter a temperatura ideal para nosso corpo.
Só para a gente lembrar que febre não é uma doença e sim um sinal ou sintoma. Ela funciona como um alerta indicando que algo pode está errado com o seu organismo, seja um superaquecimento corporal, infecções por microrganismos, doenças, alterações metabólicas, problemas no funcionamento de órgãos, entre outras.
Muitos pais ficam super preocupados quando seu filho está com febre e logo procuram atendimento médico, porém essa super preocupação acaba trazendo não muitos resultados positivos, pois uma febre pode indicar apenas um superaquecimento corporal ou apenas sintoma de alguma doença, como gripe, resfriado, algo simples que pode ser tratado tranquilamente em casa. Claro que, temperaturas elevadas e frequentes, geralmente acima de 40º C, podem trazer danos ao corpo e por isso deve procurar um atendimento médico para não somente tratar o sintoma, como diagnosticar a causa dele para realizar o tratamento adequado.
A nossa temperatura corporal é controlada, não exclusivamente, pelo centro termorregulador localizado no hipotálamo. É como se fosse um termostato que fica medindo a temperatura corporal e garante que ela fique constante e equilibrada todo instante. Dentro da normalidade, sem problemas de saúde, esse termostato fixa um ponto de regulação da temperatura, em torno de 37º C. Esse ponto permite que o termostato trabalhe para que o corpo permaneça sempre nesta mesma temperatura.
Todavia, quando ocorre alguma infecção ou somos acometidos por alguma doença esse ponto de regulação aumenta bastante e termostato começa a trabalhar baseado nesta nova temperatura, ou seja, há uma ativação no centro da produção de calor, como a vasoconstrição, aumento do tônus muscular, calafrios, ausência de suor e sensação de frio, tudo isso para produzir calor numa tentativa árdua de combater a proliferação de microrganismos, tornam o nosso mecanismo de defesa mais ativo e a atividade de medicamentos como os antibióticos se tornam superiores.
Com tudo, a febre pode causar sérios danos ao organismo se não tratado rapidamente, uma vez que temperaturas acima de 40º C podem causar: desidratação, convulsões, sobrecarregar o sistema cardiovascular, além de uma série de complicações celulares e teciduais. Neste momento, atuam os medicamentos para tratar a febre chamados de antipiréticos, como o Paracetamol, Ácido Acetilsalicílico, Ibuprofeno, entre outros. Esses medicamentos atuam justamente no ponto fixo de regulação da temperatura no hipotálamo fazendo com que ele baixe e atinja valores fisiológicos normais para o organismo.
Neste momento o termostato começa a trabalhar novamente com um novo ponto fixo de temperatura e uma cadeia de “sinais” começa a agir: como suar bastante para garantir resfriamento do corpo e eliminação do calor, por isso quando o suor começa a sair, realmente a febre deve começar a diminuir e a temperatura começar a se estabilizar, ou seja, a febre vai embora!
Por isso fique alerta, febre não é doença e sim um sinal para possíveis infecções ou patologias graves. Precisamos sempre procurar um especialista se a febre persistir ou assumir níveis elevados para que o tratamento seja da causa e não apenas do sintoma.