Estudo revela que atividade física desempenha um papel positivo sobre doenças pulmonares, como asma, pneumonia e bronquite

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Exercícios físicos aeróbicos são capazes de diminuir a intensidade da inflamação na asma e progressão de lesões na doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).

A asma tem como característica uma inflamação brônquica resultante de variados fatores (genéticos e ambientais, por exemplo). É a doença crônica mais comum na infância e vida adulta. A doença pulmonar obstrutiva crônica também é inflamatória, mas começa na vida adulta, tendo como principal fator o tabagismo. Entretanto, a evolução das duas doenças é diferente. Na asma, a pessoa piora e melhora logo em seguida. Na DPOC, a função pulmonar piora progressivamente.

O projeto liderado por Milton de Arruda Martins, professor titular de Clínica Médica Geral da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP)  evoluiu a partir de um dado já estudado: fumantes que praticam exercício físico tem um quadro melhor do que o fumante sedentário.

Outro estudo também fez parte desse projeto, no qual foram selecionados quatro grupos experimentais: asma/sedentário; asma/praticante de exercício; sem asma/sedentário; sem asma/praticante de exercício. Constatou-se que os animais treinados desenvolveram uma inflamação menos intensa que os sedentários, assim como aqueles que começaram o exercício depois tiveram redução nas alterações causadas pela asma.

O terceiro estudo dentro do projeto, liderado por Celso Fernandes Carvalho, professor na FMUSP investigou o efeito protetor do exercício aeróbico contra a asma em humanos. Comparando os grupos estudados, constatou-se que aquele que fez atividade apresentou melhor qualidade de vida, com menos crises asmáticas e melhoria efetiva da inflamação pulmonar. O exercício também mostrou o efeito do exercício na diminuição da inflamação associada à asma.

bronquite

O quarto e último estudo foi realizado em conjunto com o Instituto Butantan. O objetivo era investigar se o condicionamento físico protege ou não contra infecções. Metade dos animais foi mantida em treinamento por quatro semanas e a outra parte foi mantida sedentária. Depois, os animais receberam, por via intranasal, uma dose não letal de Streptococcus pneumoniae, a bactéria mais frequentemente associada à pneumonia. A doença foi muito menos invasiva nos animais que estavam condicionados.

Os autores do estudo ressaltam que embora seja duradouro, o efeito do exercício não é permanente. Por isso, a atividade física deve ser rotineira e sempre alcançar níveis mais elevados.

Fonte: fapesp
Imagens: Reprodução/ laci/souenfermagem