Quando se fala em “transplante fecal” grande parte das pessoas faz cara de nojo e muitos assumem que nunca fariam um procedimento desses. Mas a verdade é que os transplantes fezes de uma pessoa para outra é um tratamento cada vez mais popular para uma série de doenças. Os especialistas comemoram os bons resultados do tratamento, mas não sabem ao certo porque é tão benéfico receber fezes de um doador. Assim, um novo estudo deu uma luz sobre exatamente do que é feito nosso cocô, na esperança de descobrir como funcionam os transplantes de fezes.
O biólogo Seth Bordenstein da Vanderbilt University diz que a prática de transplantar fezes se tornou uma “febre”. “Até 2010 menos de 10 artigos científicos sobre transplantes fecais foram catalogadas a cada ano pelo banco de dados do PubMed , mas em 2015 esse número já tinha aumentado para cerca de 200 estudos”, explicou. O especialista diz que o interesse científico pelos transplantes fecais, se dá devido ao tratamento de uma diarreia infecciosa e perigosa, causada pela bactéria Clostridium difficile que às vezes não responde aos tratamentos com antibióticos. Além disso, pacientes de esclerose múltipla, doença de Crohn, síndrome do intestino irritável e doença de Parkinson, também costumam utilizar este tipo de procedimento para amenizar seus sintomas.
Por causa disso, surgiu o interesse de estudar a composição exata das fezes que circulam diariamente no nosso intestino. “As fezes é um material complexo, que contém uma variedade de entidades biológicas e químicas que podem estar incentivando esses transplantes“, explica Bordenstein.
Bordenstein diz que é pouco provável que as bactérias por si só sejam responsáveis pelo sucesso dos transplantes de fezes. Para ele, os vírus, as archaeas e outros elementos também tem um papel renovador na microbiota do intestino doente. Mas ele esclarece: “As pesquisas estão apenas começando”.
Site: sciencealert/ vanderbilt Artigo: Fecal Transplants: What Is Being Transferred? Imagens: Reprodução/plos