Aceite isso: comer inseto pode ser a melhor fonte de proteína para você!

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A alimentação correta e balanceada é de extrema importância para o ser humano. Com ela conseguimos as proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas e minerais que são essenciais para um estado ótimo de saúde, auxiliando assim, na prevenção de doenças, no tratamento, nas atividades físicas, controle do peso corporal entre outras várias vantagens.

Não é da cultura do ocidente, o predomínio da entomofagia, que é o uso de insetos como alimento. Porém o cientista holandês, entomólogo Arnold van Huis publicou na revista Annual Review of Entomology, as vantagens de usar os insetos como fonte de alimento, e propõem que o ocidente comece com esse hábito.

A ideia de propor uma fonte de proteína alternativa através dos insetos, não é nova. Em 1885, o entomólogo britânico Vincent M. Holt escreveu um pequeno livro, Why not eat insects? (Por que não comer insetos?). Apesar de não ser uma teoria nova, os argumentos dos dois especialistas se encaixam perfeitamente no momento atual e ganham força em um mundo que procura soluções para a crise dos alimentos.

Sobre o poder nutritivo, o entomólogo holandês foi entrevistado pela BBC Brasil e não recomendou nenhum inseto em especial e disse que varia pela forma que eles são preparados. Ele afirmou que alguns têm sabor parecido com as oleaginosas (vegetais que possuem óleo, como gergelim, girassol, entre outras) e acrescentou que nem todas as espécies são comestíveis, já que algumas são venenosas. Ainda sobre o poder nutritivo, ele disse que a carne do inseto é comparável às tradicionais, como a de porco, vaca, carneiro e peixe, sendo que o conteúdo proteico varia entre 30 e 70%, dependendo da espécie. São ricos em ácidos graxos essenciais e vitaminas, especialmente as do complexo B. Mais de mil espécies de insetos são comidas nos países tropicais, afirma o entomólogo em seu artigo, entre elas, larvas de borboleta, gafanhotos, besouros, formigas, abelhas, cupins e vespas. Quando perguntado sobre as baratas ele afirmou: “Um colega, que está fazendo um inventário de insetos comestíveis, encontrou baratas comestíveis”. Mas que em suas viagens nunca viu ou ouviu relatos de pessoas comendo baratas.

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Van Huis, argumenta que  os ocidentais se enganam quando pensam que os países que fazem o uso dos insetos como fonte de alimento, é por motivo de falta de alimento. Quando na verdade, muitos deles são iguarias. Seria o caso da tanajura aqui no Brasil.

Ele explica que a carne do inseto ainda apresenta outra vantagem: “Eles convertem o alimento em massa corporal de maneira mais eficiente”, diz o especialista. “Para produzir 1 kg de carne, grilos precisam de 1,7 kg de alimento. Muito menos do que o frango (2,2 kg), o porco (3,6 kg), o carneiro (6,3 kg) e a vaca (7,7 kg)”. “Portanto, por que não comer insetos?” Ele conclui seu artigo fazendo uma sugestão para os governos e empresas explorarem o incrível potencial dos insetos como fonte de carne, promovendo essa indústria. “No sul da África, este já é um negócio de US$ 85 milhões”.

O biólogo Eraldo Medeiros Costa Neto, da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), na Bahia, diz que concorda com van Huis, porém muitas espécies de insetos contêm compostos farmacologicamente ativos e, assim, precisa de uma investigação sobre os efeitos tóxicos potenciais dos insetos. Costa Neto acrescentou que insetos são consumidos por grupos indígenas, comunidades urbanas, populações ribeirinhas do Amazonas, grupos de pastores e de pescadores e comunidades afro-brasileiras. E aí? Partiu comer inseto?

Fonte: bbc 
 Imagens: Reprodução/vestibular/ gourmet