Apesar de a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ver com preocupação a liberação sem garantia de eficácia e segurança, a presidente Dilma Rousseff aprovou a lei que autoriza o uso da substância fosfoetanolamina sintética, apelidada de “pílula do câncer”, por pacientes diagnosticados com tumores malignos.
Com isso, o Brasil, entra na história da ciência mundial e da indústria farmacêutica como o primeiro país a legalizar a irresponsabilidade, anular a importância da ciência e a igualar o remédio com o não remédio.
O que é a pílula anticâncer?
Desenvolvida pelo Professor Doutor Gilberto Orivaldo Chierice, hoje aposentado da USP de São Carlos, a pílula anticâncer na qual o principal princípio ativo é a fosfoetanolamina, era distribuída na USP de São Carlos até 2015, quando a universidade deixou de produzi-la. Com a suspensão, milhares de liminares solicitando a substância foram enviadas à instituição e muitos conseguiram as cápsulas. Mais tarde, mediante decisão judicial, a instituição voltou a fabricá-la e distribui-la, até que pouco tempo depois, encerrou novamente a produção.
Os estudos encomendados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação concluíram a monoetanolamina, outra substância presente na fórmula, foi capaz de diminuir o crescimento do tumor. Mesmo assim, sua ação foi considerada muito inferior a outras medicações hoje usadas no tratamento do câncer. Contudo, fosfoetanolamina nunca passou pelos testes adequados laboratoriais, em animais ou em seres humanos.
Quem poderá tomar fosfoetanolamina?
O Diário Oficial da União publicou que as pessoas com câncer que desejarem usar as cápsulas de fosfoetanolamina poderão fazê-lo, cumprindo dois critérios: Apresentar um laudo médico que comprove a presença de um tumor maligno e um termo de consentimento e responsabilidade pelo uso da substância assinado pelo próprio paciente ou seu representante legal.
Contudo, apesar da sanção presidencial, os laboratórios só poderão fabricá-la mediante permissão da Anvisa. Esta agência, por sua vez, preferiu não fazer o registro da substância até que seja testada e comprovada a sua eficácia.
Assim, até hoje, não é possível encontrar as cápsulas de fosfoetanolamina no mercado legal.
Fonte: bolsademulher/ oglobo/ g1.globo Imagens: Reprodução/novosite/ comidinhasdochef