“A fofoca é uma evolução na linguagem e foi essencial na comunicação de nossos ancestrais”, afirma professor

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A origem da fofoca é cercada de histórias interessantes que se entrelaçam com a evolução do ser humano e com a socialização entre a espécie. Basicamente, a fofoca é uma ferramenta social que é usada para discutir a vida cotidiana das pessoas que fazem parte dos nossos círculos sociais. Às vezes ela pode estar envolvida com alguma malícia ou mentira, mas segundo os cientistas ela é essencial, pois une os grupos sociais.

Primeiramente, para a existência da fofoca, foi preciso que surgisse uma forma básica de linguagem. Essa origem é difícil de ser datada, mas sabe-se que os nossos primeiros ancestrais se comunicavam por grunhidos e vocalizações rudimentares.

Esses ancestrais precisavam administrar sua caça e suas colheitas, então eles precisavam aprender a viver em sociedade e a cooperar para que cada um fizesse a sua parte. A maneira encontrada por eles para realizar suas tarefas de um jeito eficiente foi compartilhar informações sobre o papel de cada um naquela sociedade. Nós poderíamos considerar isso como uma fofoquinha.

Interessante é notar que a partir disso, a forma de se passar informações evoluiu e passou a ser mais pessoal. Essa necessidade de partilhar informações pode ser encontrada já na infância. Desde muito cedo, as crianças querem compartilhar fatos de suas vidas e de suas famílias e amigos. Muitas vezes os seres humanos sentem a necessidade de chegar a um objetivo comum, e para isso são necessárias a cooperação e a união intencional para partilhar informações importantes.

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Outro ponto que deve ser levado em conta é a descoberta do fogo, fato que propiciou ao homem a oportunidade de se passar mais tempo reunido com a comunidade em volta de fogueiras e se comunicar livremente. Esse tempo também poderia ter sido usado para compartilhar histórias e vivências diárias. Uma boa história é sempre base para uma boa fofoca. O mestre e PhD em psicologia do Departamento de Psicologia da Universidade Católica de Goiás (UCG), professor Dwain Santee, pioneiro no Brasil no estudo de primatas em campo, diz que o fato das pessoas falarem mal da vida alheia foi um grande passo na evolução humana, surgiu como uma prática da linguagem

Alguns estudiosos tentam estudar os genes dos nossos ancestrais para revelar se áreas do genoma ligadas à fala podem contribuir para a fofoca, mas até que se prove algo concreto, a fofoca vai continuar sendo uma mistura de fatos e especulações.

 Fonte: bbc/ ucg   Imagens: Reprodução/ megacurioso/ ohistoriante