Pela primeira vez, geneticistas obtiveram camundongos do sexo masculino (com testículos e tudo!) sem nenhum traço do cromossomo Y. E eles não são apenas saudáveis, mas foram capazes de se reproduzir através de fertilização in vitro.
Na verdade, essa comprovação parece ir contra um dos princípios mais fundamentais da biologia: se um organismo herda um cromossomo X de pai, ele será sexo feminino, e se ele herda um cromossomo Y, será do sexo masculino. O cromossomo Y, até hoje, é conhecido como o símbolo da masculinidade, mas ao longo dos últimos anos, os cientistas encontraram evidências de que talvez ele não seja assim para sempre. A geneticista Jenny Graves da La Trobe University, na Austrália esclarece que em um período de tempo de 166 milhões de anos, o cromossomo Y, vem perdendo cerca de 10 de seus 1600 genes ímpares a cada 1 milhão de anos. Ou seja, ele está encolhendo em passo acelerado.
No ano de 2013, sob orientação da bióloga reprodutiva Monika Ward, da Universidade do Havaí, cientistas esperavam encontrar comoo cromossomo Y influenciaria no desenvolvimento de um embrião que, no futuro, seria macho. Eles acabaram deduzindo que a responsabilidade seria de dois genes: SRY e Eif2s3y.
O responsável por dar início ao surgimento dos testículos é o gene SRY. Contudo, Os bebês com cromossomos Y que sofreram algum tipo de mutação nesse gene, acabaram se tornando do sexo feminino. Ao mesmo tempo, o Eif2s3y, é responsável por desencadear a produção de espermatozoides. Uma vez com os dois genes ativos, o embrião será macho.
O experimento
Os cientistas resolveram levar estes dois genes para o cromossomo X, para constatar se seria possível um organismo masculino fértil, mesmo sem os dois genes. Os genes forma ativados manualmente e para surpresa de todos, os embriões se tornaram machos, porém nasceram com testículos menores, apesar de saudáveis. Mas tais machos não podiam se reproduzir de forma natural (através de cópula) pois, seus espermatozoides não tinham caudas e por isso, a reprodução foi realizada através da fertilização in vitro.
O resultado da pesquisa, que foi publicada pela revista Science.
Fonte: sciencealert/ jornalciencia Imagens: primeirahora/ sciencealert