“Pessoas que não tem o dente do siso são mais evoluídas do que aquelas que tem”. Mas, será que isso é verdade?

Em algumas pessoas, os dentes do siso nem nascem mais. Isso porque, muitas vezes, eles não encontram espaço na arcada dentária para despontar, ou porque ficam dentro do osso, mesmo. Na maioria das vezes que não aparece se quer há um germe dental para dar origem ao dente.

Nossos antepassados abrigavam todos os 32 dentes, incluindo os sisos confortavelmente acomodados dentro da arcada dentária. Nestes tempos, devido aos hábitos alimentares, a mandíbula do homem primitivo era muito maior e desempenhava um papel importantíssimo para a sobrevivência. A mastigação era mais complexa, era preciso mastigar carnes e cartilagens cruas, não havia talheres e até as sementes e raízes eram dilaceradas com os dentes, que se tornaram ferramentas efetivas.

Ao longo da linha evolutiva, determinados genes podem ter sido conservados, passado por mutações, ou mesmo ter desaparecido. Isso, de maneira acidental ou por meio de seleção natural, o que acarretou mudanças morfológicas no corpo do homem moderno. O aumento do cérebro sofrido pelos humanos durante a evolução, também favoreceu para que a mandíbula passasse por uma redução, o que resultou em menos espaço para os dentes. Ao mesmo tempo, nossos antepassados já estavam aptos a desenvolver suas ferramentas, criar o fogo, e com isso a alimentação se tornou mais fácil e isso diminuiu a vinculação dos dentes como antes.

Como não existia higiene bucal e muito menos dentistas, era comum que alimentos se acumulassem junto aos dentes, podendo causar infecção e inflamação.  Isso, causava dor prostração para buscar alimentos e atrapalhava também a reprodução. A ausência do dente do siso pode ter sido vantajosa, e por isso ela pode ter se mantido. Ao que parece, a falta destes dentes parece ser resultado de uma mutação que impede sua formação.

NÃO, as pessoas sem o dente do siso não são mais evoluídas!

O primeiro conceito errado que se pensa em evolução é considerar um organismo mais evoluído do que outro. Na verdade, nenhum organismo ou espécie é mais evoluído que outro!  Existem, sim, organismos mais e menos complexos. Por exemplo, o homem é muito mais complexo do que uma ameba, porém é tão evoluído quanto ela. Ao compartilharem um ancestral comum, a linhagem de todos os seres tem o mesmo tempo de evolução. A diferença é que algumas espécies divergiram mais e outras menos! Assim, é errado dizermos que pessoas que não tem o dente do siso são mais evoluídas do que as que os tem.

 

Mas o dente siso vai deixar de existir com o tempo?

Conforme relatado no site Biologia Total, alguns especialistas dizem que é possível que o terceiro molar deixe de existir sim. Porém, é difícil traçar um cenário garantido sobre o futuro deste dente, já que hoje a falta dele não pode ser aceita como uma vantagem evolutiva, e, assim, não há uma pressão seletiva atuando para que esta característica desapareça. Ou seja, pessoas sem este dente não possuem maiores (nem menores) chances de sobreviver e se reproduzir e de, consequentemente, passar para sua prole a mutação que determina a ausência do siso.

Enquanto isso, os dentistas…

Muitos dentistas dizem que as pessoas que tem dentes do siso deve extraí-lo quando realmente trouxer problema, como inflamação, dor e comprometimento da arcada. O dente também serve como apoio dentário, pois apesar de terem perdido boa parte de sua função com o uso de alimentos industrializados, os dentes do siso não podem ser totalmente dispensados. Eles servem de apoio, caso o paciente perca o dente vizinho.

 Fontes: scienceline/biologiatotal/revistavivasaude