De acordo com o governo brasileiro, não restam mais dúvidas quanto a relação zika vírus-microcefalia: o vírus é o causador da epidemia que atinge o país. Essa doença é caracterizada pela má-formação do crânio que pode acarretar problemas no desenvolvimento cognitivo e motor do recém-nascido. Esses casos são raros, mas têm ocorrido com mais frequência nos últimos meses. A região nordeste, local onde mais ocorrem casos da doença, foi essencial para essa confirmação: um bebê nascido no Ceará teve os resultados de exames positivos para o zika vírus. A partir disso, o ministério da saúde informou que essa relação.
Em todo o país, já são mais de 700 casos identificados em 160 municípios de nove Estados. De acordo com o governo brasileiro “Essa é uma situação inédita na pesquisa científica mundial“. Em anos anteriores, um surto de zika vírus aconteceu na Polinésia francesa e as autoridades locais pesquisaram a relação com casos de microcefalia, já que também ocorreram casos de má-formação cerebral após a epidemia que atingiu o país.
O zika é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, mesmo vetor da dengue. O governo reforçou que pretende ampliar um chamado para uma mobilização nacional para conter o mosquito transmissor.
O Ministério da Saúde informou também que muitas questões precisam ser esclarecidas sobre a transmissão do vírus, sua atuação e via de infecção e que as primeiras análises mostraram que o período de maior perigo para a gestante e o bebê são os três primeiros meses de gravidez. Também já está confirmado que o número de casos de microcefalia, já é 8 vezes mais do que em 2014 e já atinge 13 Estados brasileiros. O surto preocupa muito!
Atualmente, o Ministério da Saúde recomendou cautela para as mulheres que pretendem engravidar. Também se recomenda que grávidas usem roupas de manga comprida, calças e repelentes apropriados para gestantes. Além de não viajarem para regiões com mais casos da doença, como o nordeste. É importante que as gestantes mantenham o acompanhamento e as consultas de pré-natal, com a realização de todos os exames recomendados pelo médico e fiquem atentas a qualquer sintoma do vírus, como febre alta, dor de cabeça e no corpo, manchas avermelhadas, dores musculares e nas articulações.
Microcefalia
Em 90% dos casos a microcefalia vem associada a um atraso no desenvolvimento neurológico, psíquico e/ou motor. O tipo e o nível de gravidade da sequela variam caso a caso, e em alguns casos a inteligência da criança não é afetada. Déficit cognitivo, visual ou auditivo e epilepsia são alguns problemas que podem aparecer nas crianças com microcefalia. Não há como reverter a microcefalia com medicamentos ou outros tratamentos específicos. Mas é possível melhorar o desenvolvimento e a qualidade de vida da criança com o acompanhamento por profissionais como fisioterapeutas, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais.
Fonte: bbc/terra/clicksergipe Imagens: paraibainforma/clicksergipe