Onde fica a Bioética? Geneticistas criam supervacas com o dobro de massa muscular. As imagens são assustadoras [vídeo]

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Muito antes que Darwin falasse em seleção natural, criadores de todo o mundo já selecionavam, artificialmente, as características que eles gostariam que vigorassem em seus animais. Mesmo sem ter a menor ideia de como funcionavam os genes, estes criadores, através de observação minuciosa, cruzamentos sucessivos e muita paciência, buscavam os melhores resultados, de geração em geração. Diferente daquela seleção observada por Darwin, aqui não era o mais forte ou o mais adaptável que sobrevivia, mas sim, o mais interessante para o criador.

Hoje, com o avanço da ciência, os mesmos resultados podem ser alcançados num tempo muito mais curto. Na indústria agropecuária, por exemplo, já são utilizadas sobrecargas de hormônios em animais para acelerar seu crescimento, o que reduz os custos, aumenta a produção e, consequentemente, os lucros. Esse tema é bem polêmico por si só e rende discussões acaloradas na internet. Porém, enquanto discutimos, o conhecimento científico continua avançando e o homem continua utilizando-o para os seus próprios interesses. Algumas vezes, de forma ética. Outras, nem tanto.

É o caso das vacas da raça “azul-belga”. Enquanto ainda estamos falando sobre injeções hormonais, esses animais recebem um tratamento ainda mais avançado, agora, baseado em engenharia genética. A imagem assusta, não é? Parece até que elas acabaram de sair da academia ou que tomaram uma boa dose de anabolizantes. Mas não. Tudo o que os criadores fizeram, nesse caso, foi  “quebrar” o gene que controla a secreção de miostaltina, uma proteína que limita o crescimento dos músculos. Sem esse gene, elas crescem desenfreadamente, dando um resultado que não poderia ser melhor para a indústria: o dobro da carne com quase nenhuma gordura.

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Seria perfeito, se não fosse pelo “detalhe” de que, na verdade, o que está sendo feita é a indução explicitamente proposital de um defeito genético nos animais. É aí que entra em campo um conceito cada vez mais em alta no momento: bioética.  Até que ponto temos o direito de usar a ciência para manipular a vida segundo nossos próprios interesses individuais? Não seria isso uma “coisificação” dos seres vivos? Que consequências essas práticas podem trazer para nós, e numa esfera mais ampla, para o planeta como um todo? Levando em consideração que nós dependemos desse planeta para viver, é algo para, no mínimo, se pensar a respeito, você não acha?

Fontes: super/hypescience   Imagens: municipios/ super/