As previsões mais pessimistas já diziam: a lama tóxica gerada pelo rompimento da barragem da mineradora Samarco em Mariana-MG deve causar proporções devastadoras nos ecossistemas marinhos.
O maior medo dos ambientalistas é que os rejeitos de minério possam destruir um dos maiores ecossistemas do Brasil: os recifes de corais de Abrolhos. Os recifes de corais estão localizados bem mais próximos que o arquipélago de Abrolhos, e ficam a 221 quilômetros do estuário do Rio Doce. Ainda não é possível dizer se os resíduos serão levados até lá, o que depende de condições como força do mar e vento.
O banco de Abrolhos é uma das regiões com maior biodiversidade marinha do país. Por lá existem ressurgências com águas frias e ricas em nutrientes, que apresentam altas taxas de produtividade biológica.
Próximo à foz, ainda perto de Regência, no Espírito Santo, vivem muitas espécies de peixes e mamíferos marinhos. A região é considerada pelo governo federal como área prioritária de conservação. O local é o único ponto no Atlântico Sul ocidental com concentração de desovas de tartaruga-de-couro, espécie mais ameaçada de extinção no Brasil e segundo maior ponto de desova da tartaruga cabeçuda.
Segundo o Professor da UFES, Agnaldo Martins, “Qualquer coisa que sair dali (da foz) pode atingir os recifes de corais de Abrolhos. Se a lama chegar a eles e impedi-los de respirar, serão milhares de anos de recuperação”.
A mineradora Samarco, que foi multada em 250 milhões de reais pelo Ibama, declarou que está implementando um sistema emergencial de monitoramento ambiental e que contratou uma empresa para diagnosticar a área atingida e elaborar um plano de recuperação.
Fontes: folha/oglobo/marsemfim Imagens: jornaldebrasilia/atarde/