Cientistas criam árvore que agrupa todas as espécies conhecidas. Acredite: são 2,3 milhões de espécies de animais, plantas, fungos e bactérias!

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A teoria da Evolução é considerada como eixo orientador e base para a compreensão das Ciências Biológicas. Suas teorias, elaboradas pelo britânico Charles Darwin no século XIX, buscam compreender como as espécies surgiram e evoluíram. Uma das principais premissas da Evolução é que os seres vivos existentes derivaram de um ancestral comum, em um processo evolutivo que ocorreu ao longo de milhões de anos, de forma lenta e gradual. Realizando estudos ao redor do mundo durante quase 28 anos, Darwin elaborou uma série de anotações em seu famoso caderninho vermelho, esboçando pouco a pouco aquilo que viria a ser uma das teorias mais revolucionárias da humanidade, pois, historicamente, a ideia de que as espécies eram fixas, imutáveis, era comum tanto em teorias científicas, quanto em teorias criacionistas (religiosas).

Após as teorias de Darwin, mais do que apenas classificar as espécies de acordo com suas características (morfológicas, fisiológicas ou genéticas), buscou-se compreender quais são as relações entre elas. Dos primeiros esboços de Darwin, até as árvores atuais, muitos progressos foram alcançados na tentativa de organizar a diversidade da vida. Um exemplo disso é um trabalho recentemente publicado, resultando dos esforços de 11 instituições norte-americanas, onde apresenta-se um primeiro esboço de uma árvore genealógica (“árvore da vida”), reunindo 2,3 milhões de espécies de animais, plantas, fungos e bactérias conhecidas na atualidade, mostrando as relações evolutivas entre as espécies ao longo de seus 3,5 bilhões de anos (tempo estimado para o surgimento da vida na Terra).

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E o que isso têm de interessante? Não apenas é importante em termos de compreensão da evolução da vida e, consequentemente, de nossa existência na Terra, como compreender tais princípios evolutivos pode colaborar para a descoberta de novas drogas, para a melhoria da atividade agropecuária, além de traçar as origens e propagação de doenças infecciosas como o HIV, o ebola e a gripe. Por exemplo, a Evolução aplicada permite compreender o mecanismo e evolução de doenças, de forma a conhecer a probabilidade de que pessoas herdem geneticamente algum tipo de doença ou mesmo entender como se dá a evolução de vírus infecciosos no corpo humano, compreendendo os padrões de evolução em estimativas que geram árvores gênicas, de forma a  representar a história de um gene ou organismo. Realmente incrível, não é?

Mas a árvore da vida desenvolvida por um grupo de cientistas, compilando a história de tantas espécies, não foi algo simples de elaborar: muitos trabalhos realizados pela comunidade científica não estão na forma digital e, além disso, há muitos erros ortográficos, diferenças em abreviações, alterações em nomes e nomes alternativos de espécies, o que tornou o desafio de elaborar uma árvore da vida tão complexa, ainda maior. Alguns exemplos são a espécie morcego-vermelho-ocidental, que possui dois nomes científicos (Lasiurus borealis e Nycteris borealis), e o tamanduá espinhoso, que divide seu nome científico com um grupo de moreias. Porém, apesar das dificuldades e lacunas do projeto, essa foi uma primeira tentativa real de ligar os pontos da evolução, e agora os pesquisadores buscam criar um software que permita o login e a edição da árvore, conforme novas espécies forem surgindo. Mas você já pode ver esse primeiro esboço, sabia? (clique aqui). Pois é, parece que ainda estamos longe de terminar de contar a bela história da vida…

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Fontes: misteriosdomundo/ oeco/ iflscience/sites/ revistaescola/wikiciencias/wikipedia                   Imagens: uol/iflscience