Mais uma peça para o quebra cabeças: Nova espécie humana é encontrada na África e pode ter 2,8 milhões de anos!

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Fósseis de uma espécie antes desconhecida pela humanidade, foram encontrados dentro de uma caverna, na África do Sul. Batizado de Homo naledi, a espécie foi atribuída ao gênero Homo, mesmo gênero a qual todos nós pertencemos.

Cientistas desenterraram mais de 1.500 ossos, que pertencem pelo menos há 15 pessoas. Eles ainda estão para ser datados, mas poder ter entre 20 mil a até 2 milhões de anos! A descoberta se deu graças à ajuda de espeleólogos (cientistas voltados ao estudo das cavernas), que há cerca de dois anos, haviam observado algo que parecia ossos humanos através de uma rachadura, em uma pedra calcária. Os ossos foram encontrados na caverna conhecida como Rising Star, na província de Gauteng, na África do Sul. Os fósseis estavam numa área profunda e de difícil aceso, na área arqueológica conhecida como “Berço da Humanidade”, considerada patrimônio mundial pela UNESCO.

Ainda não está totalmente claro como mais de uma dúzia de esqueletos, que vão de bebês até idosos do Homo naledi, possam ter chegado a uma região tão remota de uma grande caverna. Os pesquisadores não descartam a possibilidade de os corpos terem sido eliminados na caverna de forma proposital, ou em uma armadilha mortal, cenário onde os humanos entraram na caverna e todos morreram de forma desconhecida. Se a hipótese de um cenário de “enterro” estiver correta, nossos ancestrais teriam colocado luz artificial, com o uso de tochas na caverna. Pois as passagens são extremamente estreitas e sem luz natural alguma.

Os ossos encontrados estão em excelentes condições, mesmos os delicados ossos do ouvido interno estão preservados. O professor Chris Stringer, líder da pesquisa em origens humanas do Museu de História Natural de Londres, disse: “A localização profunda da caverna onde os ossos foram encontrados sugere que eles podem ter sido ali depositados por outros seres humanos, indicando comportamento surpreendentemente complexo para um primitivo da espécie humana”.

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A descoberta rendeu um desafio para a equipe internacional de cientistas que foram incumbidos de analisar a idade dos ossos. Segundo Stringer: “Algumas características do Homo naledi, tais como as suas mãos, pulsos e pés, são muito semelhantes às dos seres humanos modernos. Por outro lado, a espécie tem um pequeno cérebro e a forma da parte superior do seu corpo é mais semelhantes a um grupo pré-humano chamado Australopithecus”.

Os pesquisadores ainda não sabem a idade exata dos ossos, mas a descoberta de tantos fósseis pertencentes a pelo menos 15 pessoas é extraordinária. A mistura de características no H. Naledi destaca mais uma vez a complexidade da árvore genealógica humana e a necessidade de mais pesquisas para entender a história e as origens da nossa espécie.

Se espera que o Homo naledi esclareça a transição do Australopithecus para os seres humanos modernos, ajudando a descobrir como os seres humanos se encaixam no quadro do mundo natural ao longo de sua evolução.

Os Australopithecus surgiram cerca de quatro milhões de anos atrás e tinham um cérebro do tamanho do de um chimpanzé. A espécie é representada pela “Lucy”, um esqueleto descoberto na Etiópia em 1974. Cerca de um milhão de anos se passaram antes que o Homo erectus, ou homem moderno, começasse a surgir e grande parte da evolução humana está “perdida” neste meio tempo e permanece envolta em mistério.

Os trabalhos que levaram à descoberta foram patrocinados pela National Geographic Society, dos EUA, e pela Fundação Nacional de Pesquisa da África do Sul.

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Fonte: dailymail/g1  Imagens: g1