Em cemitério colombiano os cadáveres estão se tornando múmias sozinhas dentro de caixões [vídeo]

As  técnicas de mumificação dos antigos egípcios são incontestáveis. No entanto um fenômeno inusitado vem deixando as pessoas de “cabelo em pé” em San Bernardo, uma pequena cidade na Colômbia. De alguma maneira os cadáveres das pessoas enterradas lá passaram a se mumificar espontaneamente em seus caixões.

Eduardo Cifuentes, o coveiro do cemitério, percebeu este fenômeno pela primeira vez em 2001. Ele diz que haviam muitos corpos nas covas e eles precisavam de serem organizados. Então, diante dos esforços de Eduardo, os corpos mumificados estão sendo descobertos aos poucos.

Ao que parece, os corpos estão passando por um processo natural de mumificação desde o ano 1957, mas ninguém havia percebido. Tanto tempo depois de serem enterrados, as roupas sofreram alterações nas cores e tomaram um tom amarronzado e a pele dos mortos possui uma aparência viscosa e enrugada. Os especialistas convidados para estudar o fenômeno ainda não tem ideia do que possa estar causando a mumificação. Sabe-se que um fenômeno parecido ocorre em Guanajuato, uma cidade no centro do México, onde as condições de gases e solo subterrâneos permitem um resultado parecido. No cemitério colombiano os corpos não são enterrados no solo como em Guanajuato, eles estão em câmaras acima do solo (como é habitual na Colômbia) para que eles não entrem em contato com a terra.

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As pessoas da região tem seus próprios argumentos para o fenômeno. Muita gente confere o acontecimento à pureza da água da localidade e da falta de adicionais químicos em sua alimentação. Outros simplesmente creem que a temperatura do solo da aldeia é favorável para o processo de mumificação natural. Mas, alguns acreditam que o motivo para o fenômeno é que os nativos mantém dois vegetais incomuns na sua dieta diária: a guatila e o balu. Guatila é um fruto duro, do tamanho de uma laranja, de tonalidade verde-escuro com espinhos na pele, muito parecido com um chuchu. Moradores descascam e fervem a fruta para adicioná-la às suas sopas. O balu parece uma vagem de feijão verde gigante. Seus grandes feijões roxos são cozidos e misturados em farinha para bolos. No entanto, não há, nenhum estudo afirmando que o consumo destes dois vegetais possam ter tais poderes. Há também uma última explicação: Um morador local contou que no ano de 1957, o cemitério foi transferido de outro local para onde está agora. Segundo ele, pode ter alguma coisa a ver com essa mudança.

Enquanto muitos especulam, o prefeito local providenciou a construção de um museu especial atrás do cemitério, onde oito das múmias mais bem preservadas estão sendo exibidas com cobertura de redoma vidro.

Assista ao vídeo de uma reportagem sobre o cemitério

Fonte: cjonline/jornalciencia/newspapers