Entenda como a sexualidade pode estar ligada a uma questão genética

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Você já deve ter entrado em discussões sobre sexualidade e, provavelmente, tem a sua opinião. Possivelmente, observou debates nas mídias e na internet entre religiosos, defensores do movimento LGBT ou cientistas. Há vários posicionamentos, nas Ciências Sociais e nas Ciências Biológicas. Alguns defendem que a atração sexual é uma questão de escolha, outras colocam que se trata de uma construção social, e alguns atribuem a fatores genéticos.

Diversos comportamentos sexuais já foram registrados. Mamíferos, insetos, aves, dentre outros grupos de animais demonstram comportamentos homossexuais em alguma fase ou em toda sua vida! Esses casais inclusive criam “filhotes adotivos”, gerados por outros, ou fruto de “escapadinhas” com o sexo oposto. Seria então a sexualidade determinada por fatores genéticos?

Uma recente pesquisa afirma que, durante a reprodução, uma alteração benéfica aos pais, promovida por reguladores genéticos, influenciaria a sexualidade do bebê. Polêmico, não é? Segundo estudos, a preferência sexual está relacionada às chamadas “epi-marcas”, que ativam ou bloqueiam a ação de genes, regulando sua expressão. Responsável pelo desenvolvimento físico do feto, se uma epi-marca, que manteve a mãe exposta a altas quantidades de testosterona durante a gestação, “passar” para o feto, por ele perder sensibilidade ao hormônio, sua preferência seria pelo mesmo sexo. O mesmo ocorreria no caso de pai e filha. As epi-marcas “masculinizariam” ou “feminilizariam” o feto, modificando seus genitais, sua identidade sexual ou sua preferência sexual.

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Cientistas afirmam que a homossexualidade humana se deve a fatores epigenéticos. Foto: Reprodução/demaosdaadas

Outras hipóteses relacionam genética e sexualidade, como as possíveis modificações no cromossomo X em homens, que influenciariam preferências sexuais. Apesar do argumento de que essas teorias podem colaborar para naturalizar as diferentes sexualidades, existem polêmicas. Caso confirmem e descubram as origens da sexualidade, não corremos o risco de querer controlar, e talvez, evitar esses processos? Pais, não desejando um filho homossexual, teriam o direito de modificar sua sexualidade? Além da questão ética, alguns estudos apontam que, não apenas a genética, mas fatores sociais e ambientais também influenciam. Vivemos em uma sociedade, e porque isso não influenciaria na forma de nos reconhecermos? Seja a sexualidade uma questão genética ou não, ao menos o preconceito é uma importante questão a ser repensada!

Fontes: ciencia10, hypesciencelivescience e news-medical